Até na hora da morte, PSDB é indeciso e se pauta pelo PT

Vítima de imensa anemia eleitoral - está reduzido a 13 deputados federais e três senadores - o PSDB caminha para o fim. Março é a data final estipulada pela direção para decidir a melhor forma de sobreviver. Se continuar assim, pode não conseguir superar a cláusula de barreira em 2026, o que ocasionaria fim de tempos de propaganda no rádio e televisão, e de recursos do fundo partidário. 

Sim, o PSDB, que governou o país por oito anos, com Fernando Henrique Cardoso, vai ser nanico.

E, mesmo em momento tão crucial, os tucanos se pautam pelo PT, com quem rivalizaram por décadas. Na mesa, há propostas de fusão com o MDB e o PSD. Uma ala prefere estar com o PSD porque o cacique Kassab estaria se distanciando de Lula, embora tenha três ministérios.

Tolinhos, os tucanos. Tivesse três pernas, Kassab se equilibraria em três canoas. Nada garante que não estará com Lula. E aí, para onde voariam os tucanos. Outra opção, defendida por Aécio, é trazer o Podemos para a atual federação, com Cidadania.

A fixação com o PT é tão grande que o PSDB soltou uma nota oficial dia 27 de janeiro dizendo que Trump tinha muita credibilidade por cumprir promessas de campanha, ao contrário de Lula. Para atingir Lula, o partido de Covas e FHC elogia Trump.

Estão atrasados mais uma vez. A barca que apoia Trump está tomada por bolsonaristas, tucano que chegar lá, vai lavar o convés, não vai comandar.

A ascensão do bolsonarismo tem a ver com a falta de compostura dos tucanos. Aécio Neves perdeu para Dilma, e sem compostura alguma, pediu recontagem de votos e esteve na linha de frente do golpe. O processo serviu para que os ratos deixassem o esgoto e terminassem elegendo Bolsonaro. Os tucanos, depois de apoiarem o golpista Temer, ficaram ao léu.

Aécio é um dos coveiros tucanos. Há outros, como João Doria, que praticamente expulsou Goldman, Alckmin e outros. Tentou se unir a Bolsonaro para ser governador e foi abatido em seu voo presidencial. 

A decadência ideológica do PSDB começou em 2002, quando, durante a campanha presidencial, Lula deu um passo ao centro. Os tucanos, em vez de marcarem posição, foram para a direita. E foram varridos pela polarização Lula-Bozo.

Os tucanos se comportaram como avestruzes e seu voo passou a ser de galinha. Serão extintos, como os dinossauros.