Vice-líder do PT na Câmara, o deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou com exclusividade à Fórum que Jair Bolsonaro (PL), juntamente com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos EUA, buscam dar continuidade à tentativa de golpe e por isso devem ser monitorados pelas autoridades.
Juntamente com o líder da bancada, Lindbergh Farias (PT-RJ), Correia é autor de uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) que pede a colocação de tornozeleira eletrônica no ex-presidente que, a exemplo do que já ocorreu, pode desencadear uma fuga às vésperas do julgamento da quadrilha golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).
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"Eduardo Bolsonaro já está nos EUA há muito tempo. E a ideia é que ele [Bolsonaro] pratique uma fuga e, de lá, vão ficar atacando a democracia brasileira com essa estratégia de golpe continuado, que é isso o que eles querem. Aliás, é o que tentaram até o dia 8 de janeiro e falharam. Mas, não desistiram da ideia. Então, o golpe continuado é a estratégia bolsonarista, a estratégia neofascista para o Brasil", diz.
O deputado mineiro explica que a estratégia já está sendo levada a cabo por Eduardo Bolsonaro, que está com a família nos EUA, e adula congressistas estadunidenses, o governo Donald Trump e Elon Musk, dono da rede X, construindo uma conspiração com sanções ao Brasil e punições a autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes.
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"A ideia é provocar sempre uma instabilidade no governo e nas instituições democráticas fazendo com que o povo desacredite nas eleições, na democracia. E aí, com a força de mídias sociais de Elon Musk e outros e ajuda de governos neofascistas como o de Trump, fazer ataques a democracias no mundo. É o que tem sido feito de maneira geral".
Rogério traça o cenário desesperador do ex-presidente, que não teria outra alternativa para se livrar da prisão a não ser a fuga do país.
"Bolsonaro vai virar réu e a pena pode chegar a 30 anos de cadeia. As provas da Polícia Federal são imensas. O que resta a Bolsonaro é planejar essa fuga. Como estamos assistindo isso, não podemos permitir. Então o que pedimos à PGR - e vamos fazer ao Supremo - é que vigiem Bolsonaro de perto. Ele tem que andar de tornozeleira eletrônica, para se saber onde está, que só possa sair de Brasília com autorização judicial e que, também, se afaste das embaixadas, porque ele já foi para a embaixada da Hungria e ficou lá por dois dias, dando a entender que se quiser fugir, foge. Se não houver monitoramento dele, a fuga virá".
"Uma outra alternativa seria solicitar que ele cumprisse pena desde já, com prisão preventiva. Mas, isso depende de outros elementos probatórios", conclui Correia.
A representação está sob análise da PGR, que levará adiante o pedido. Caso as medidas sejam aceitas, Bolsonaro poderá ser o primeiro ex-presidente do Brasil a ser monitorado eletronicamente enquanto responde a processos na Justiça.