Uma articulação para convencer o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a disputarem a eleição em São Paulo em 2026 estaria sendo posta em prática por lideranças do PT no estado.
As informações são do jornal O Globo. A ideia é ter Alckmin concorrendo ao cargo de governador, que ele já ocupou em quatro ocasiões, com o atual ministro da Fazenda disputando uma das duas vagas ao Senado.
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Segundo o grupo que trabalha com a hipótese, o objetivo é garantir um palanque forte para Lula no estado mais populoso do país. O entendimento é que a candidatura de Geraldo Alckmin, apesar de não ser favorita, poderia fazer uma disputa mais dura com o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que deve ser candidato à reeleição, de acordo com os petistas.
Não há no horizonte candidatos do campo progressista que poderiam, pelas condições do cenário atual, fazer frente ao atual governador, conforme os defensores da chapa. A possibilidade de vitória já no primeiro turno do ex-ministro de Jair Bolsonaro tornaria mais difícil a campanha de Lula, em especial no interior paulista, em um eventual segundo turno do embate presidencial.
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Resistência
Ainda segundo O Globo, um aliado próximo de Geraldo Alckmin nega que o atual vice-presidente tenha mostrado disposição de concorrer ao governo paulista.
A ideia também não é bem vista no PSB. "O que o PT quer é isso (Alckmin como candidato a governador). O que o PSB quer é a manutenção dele na chapa no lugar que ele se encontra hoje (como vice). Tem essa pequena diferença", diz o presidente da sigla, Carlos Siqueira, ao jornal.
O ministro da Microempresa e do Empreendedorismo, Márcio França, já manifestou internamente a intenção de ser o nome de Lula na disputa pelo governo do estado. Contudo, parte do PT considera que ele não seria competitivo.
Apesar de ter chegado a um segundo turno acirrado com João Doria (PSDB) em 2018, França ficou de fora do segundo turno na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2020, com 13,64% dos votos, e foi derrotado por Marcos Pontes (PL) no embate pelo Senado em 2022, perdendo por 49,9% a 36,1%.
Para o Senado, Haddad é visto no PT com grandes chances de ser eleito, mas o ministro tem afirmado a aliados que não existe possibilidade de disputar um cargo eletivo em 2026.
O papel de Haddad
Tanto em relação a Alckmin quando a Haddad, a esperança da ala petista que defende a chapa é um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao jornal, o presidente interino do PT, senador Humberto Costa (PE), apontou que qualquer decisão sobre a participação do ministro da Fazenda na campanha de 2026 passa por Lula.
"Haddad, em qualquer eleição que se faça no Brasil, de presidente da República, de governador, de senador, obviamente é um nome que sempre tem grande competitividade", pontua.
Diante da necessidade não só da legenda garantir a eleição de Lula, mas assegurar uma bancada forte na Câmara, o atual ministro da Fazenda deve ser pressionado a concorrer, por outra ala do PT, ao governo do estado. "Defendo que o partido discuta com Haddad se ele será nosso candidato em São Paulo. Sem desprezar outros nomes, mas ele é claramente a melhor alternativa para o PT e o campo democrático", diz o deputado federal paulista Rui Falcão.
