ECONOMIA

Perse: sumidouro de dinheiro vai acabar, promete Haddad

Ministério da Fazenda afirmou que subsídio criado na pandemia atingiu seu teto

Créditos: Diogo Zacarias/MF
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O ministro da Fazenda Fernando Haddad confirmou nesta quinta-feira (27) que o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) será encerrado em abril.

Criado durante a pandemia para socorrer um dos setores mais atingidos pelas restrições sanitárias, o programa atingiu o teto de R$ 15 bilhões em benefícios concedidos e, conforme estabelecido em lei, será extinto no mês seguinte.

“Houve foi uma reunião em que nós demonstramos que todas as projeções até março superam os R$ 15 bilhões, que é um compromisso que todos querem honrar”, afirmou Haddad.

O ministro negou qualquer possibilidade de prorrogação e enfatizou que o fim do programa é um consenso entre os parlamentares que lideraram a iniciativa desde sua criação.

A manutenção do Perse vinha sendo criticada pelo impacto fiscal e pelo desvirtuamento de sua finalidade original. Empresas gigantes como iFood, Uber e 99 conseguiram na Justiça manter isenções bilionárias, apesar de não se enquadrarem diretamente no setor de eventos, que foi duramente afetado durante a pandemia.

Desde 2023, a Receita Federal monitora as concessões e identificou que o Perse representou ao iFood uma economia de pelo menos R$ 535 milhões em impostos federais.

Com o fim do programa, as empresas voltarão a recolher tributos a partir de abril, mas haverá uma auditoria para garantir que o teto de R$ 15 bilhões foi efetivamente respeitado.

Caso a Receita identifique um déficit, o governo avaliará a necessidade de ajustes para cumprir o valor pactuado.

O Perse foi um alívio temporário para o setor de eventos, mas acabou beneficiando conglomerados que sequer sofreram prejuízos na pandemia.

Com sua extinção, o governo busca recuperar parte da arrecadação perdida e evitar que o programa continue sendo um sumidouro de dinheiro público sem justificativa econômica.

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