A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a criação de um "cargo honorífico" para Janja e defendeu a primeira-dama de ataques de políticos bolsonaristas. Para ela, é uma "injustiça" os pedidos de investigação sobre a agenda da esposa do presidente Lula.
"Defendo, sim, que [Janja] tenha um cargo honorífico, [então] ela não vai receber nada, seja isso legalizado, porque é importante até que ela possa prestar contas, falar, não vejo problema nenhum", disse a ministra em entrevista à CNN Brasil.
Gleisi declarou que "é muita injustiça o que fazem com a Janja com esses pedidos de informação e com esses ataques”, e que as críticas à primeira-dama têm “um peso muito grande de machismo”.
Um cargo honorífico é destinado a pessoas convocadas pelo Estado para ocupar funções de forma transitória em razão de sua condição cívica, honorabilidade ou de notória capacidade profissional. O cargo não tem vínculo empregatício e geralmente é sem remuneração.
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Na avaliação de Gleisi, é importante que Janja tenha "condições de atuar".
"Ela é a companheira do presidente da República, ela tem um peso social importante.Não vejo problema nenhum ela ter essa atuação pública e acho importante essa destinação de um cargo honorífico para a primeira-dama", disse a ministra.
Gleisi ainda relembrou a criação do programa Pátria Voluntária, que foi coordenado por Michelle Bolsonaro no governo anterior. Na época, a iniciativa foi alvo de análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou irregularidades nas ações comandadas pela ex-primeira-dama.
“Criaram um programa para ela [Michelle] que tinha umas 50 pessoas, tinha uma estrutura imensa com gasto de recursos públicos e uma confusão danada, inclusive, de dinheiro, cartão e conta. Esse pessoal do Bolsonaro não tem moral para vir para cima da Janja. Acho muita injustiça. E, claro, tem um peso muito grande de machismo”, afirmou Gleisi.
Entrevista de Gleisi ao Fórum Onze e Meia
O Fórum Onze e Meia desta sexta-feira (21) recebeu Gleisi Hoffmann (PT) para sua primeira entrevista no cargo de ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo.
A ex-presidenta do PT comentou sobre as taxas de juros do Banco Central, a aprovação do orçamento para 2025, os ataques machistas de Gustavo Gayer (PL-GO), o projeto de anistia para golpistas e outras pautas quentes do governo federal.
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