Buscando a todo custo atrair a atenção de Donald Trump, Jair Bolsonaro (PL) chegou ao cúmulo da bajulação ao fazer uma publicação em inglês na rede X para proteger o presidente extremista dos EUA das "ofensas" de Lula.
Em seu discurso na festa de 45 anos do PT, Lula criticou as declarações de Trump que ameaçam a soberania dos países. Articuladores do presidente estadunidense têm dito que ele é o novo "xerife" do mundo para justificar os achaques a outras nações.
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“Esse cidadão não foi eleito para ser xerife do mundo, ele foi eleito pra governar os Estados Unidos e ele que governe bem e quem vai governar o Brasil somos nós. O brasileiro vai governar do jeito que a gente quer. Ninguém, nem esses produtores da plataforma que pensa que mandam no mundo, ninguém vai fazer com que a gente mude de rumo nesse país. Não adianta ameaçar pela justiça e perseguir o Alexandre de Moraes”, disparou o presidente.
Em sua publicação, logo após o discurso, Bolsonaro coloca legendas em inglês no vídeo com a fala de Lula e escreve que Lula "ofende" Trump com a defesa da soberania do país.
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"Mais uma vez, o Presidente Lula ofende o povo americano, sua história e o Presidente @realDonaldTrump", escreveu Bolsonaro, marcando o presidente dos EUA.
Trump ignorou a publicação, que serviu apenas para incitar a horda de seguidores, que marcavam freneticamente o perfil de Trump, da Presidência dos EUA e do bilionário Elon Musk nos comentários.
Ataque diplomático
As afirmações de Lula ocorrem depois de declarações de Trump, que está pouco mais de um mês no poder. O representante da extrema direita estadunidense afirmou que pretende incorporar o Canadá aos EUA, tomar o Canal do Panamá e a Groenlândia e “assumir” a Faixa de Gaza. Além disso, rebatizou o Golfo do México de “Golfo da América”.
“Vocês estão acompanhando a imprensa, hoje o que ele fala é totalmente ao contrário do que ele falava nos anos 80. ‘América para os americanos’, ‘o canal do Panamá é dele’, ‘o Canadá não é mais um país é um estado’, ‘a Groênlândia é dele’, ‘o México não tem mais o golfo’”, disse Lula.
Outros temas
Em seguida, Lula falou a respeito da eleição de 2026. O presidente destacou que, quando assumiu o governo, havia um contingente de 35 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar.
Ele afirmou que seu governo retirou 24 milhões de pessoas dessa condição: “Em 2026, é um compromisso retirar o Brasil novamente do mapa da fome. Vamos deixar a fome zero outra vez”.
Lula também abordou as críticas que o PT vem recebendo por ter se afastado de sua base e deu a receita para o partido: “Gastar sola de sapato na periferia”.
O presidente ressaltou que o PT vai perder se aparecer na periferia apenas de quatro em quatro anos para pedir votos. “O PT não nasceu para ser igual, nasceu para ser diferente”, resumiu.
Outro ponto citado por Lula é a questão da comunicação do seu governo. Ele reafirmou que “a gente só vai ganhar o jogo se as coisas que a gente faz forem comentadas na mesa do bar. E fizemos muita coisa. Vamos terminar o mandato fazendo muito mais. É preciso que a gente tenha coragem de enfrentar a fake news. A internet nos permite que cada um de nós seja um combatente, um soldado”, acrescentou.
Lula disse, ainda, que, para atingi-lo, ataques começaram a ser feitos contra a primeira-dama. “Janja agora é a bola da vez. Eu falei pra ela ter duas opções: continuar a fazer o que você gosta ou continuar fazendo até que vejam que nada vai interferir. Lá em casa, foi assim com a Marisa e é assim com ela. Na minha casa é proibido proibir, completou.
Gleisi “alfineta” Bolsonaro
No evento de aniversário de 45 anos do PT, sexta (21) e sábado (22), participaram ministros, deputados, senadores e aliados políticos.
A presidenta nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, aproveitou para “alfinetar” Jair Bolsonaro (PL), denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “Vamos ganhar as próximas eleições. A denúncia contra Bolsonaro é um presente para a democracia, com provas e farto material produzido pelos seus asseclas”.
Gleisi defendeu que não haja anistia e que Bolsonaro seja condenado pelo devido processo legal, o que o presidente Lula não teve direito.