ELEIÇÕES 2026

Tarcísio quer governo na Cracolândia e seguir morando no Palácio: esposa gosta do Morumbi

Durante a campanha eleitoral, Tarcísio prometeu se mudar para o Palácio dos Campos Elíseos, na região central da capital, e chegou a cogitar a vender o Bandeirantes. Mas, mudança gerou crise conjugal para o governador

Tarcísio Gomes de Freitas e a primeira-dama paulista, Cristiane Freitas.Créditos: Instagram / Cristiane Freitas
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Cada dia mais candidato "anti-Lula" pela terceira via em 2026, o governador paulista Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) busca uma manobra para cumprir uma das promessas de campanha, que tem causado dores de cabeça em sua relação conjugal.

Antes de ser eleito, Tarcísio prometeu transferir a sede do governo paulista do suntuoso Palácio dos Bandeirantes, localizado em área nobre da capital, para a região central de São Paulo.

"Essa revitalização do centro para nós é uma grande aposta. A partir do momento em que você traz o poder do estado para o centro, você requalifica urbanisticamente o centro, traz de volta a circulação de pessoas e devolve as pessoas para os equipamentos", disse o então candidato em agosto de 2022, quando anunciou que, se eleito, iria transferir a sede do governo para o Palácio dos Campos Elíseos, na região central da capital.

No entanto, a medida eleitoreira, que visa também a campanha à presidência, esbarra em um problema conjugal do governador.

Ao portal Uol, um "interlocutor" afirma que Tarcísio não recebeu o aval da esposa, Cristiane Freitas, presidente do Fundo de Solidariedade, para a mudança da família para a região central da capital.

O aliado afirma que a primeira-dama paulista "gosta do Morumbi" e não pretende deixar a ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, onde vivem atualmente.

Para não criar atrito familiar e "cumprir" a promessa de campanha, Tarcísio teria proposto uma manobra: transferir a sede administrativa do governo para o centro da capital, mas continuar morando no Morumbi, como quer a esposa.

Heliponto e obras de arte

Ao ser eleito, Tarcísio chegou a cogitar vender o Palácio dos Bandeirantes para turbinar sua fama de privatizador, transmitido pela mídia liberal como defensor da redução dos gastos públicos.

No entanto, passados dois anos da posse, a proposta parece ter ficado no passado, visto que a primeira-dama gosta de morar no Palácio.

Idealizado em 1938 pelo arquiteto italiano Marcello Piacentini, o Palácio dos Bandeirantes só começou a ser construído em 1954 sob supervisão do engenheiro Francisco da Nova Monteiro, que tinha influência neoclássica e estilo italiano em suas obras.

Em 19 de abril de 1964, em meio ao golpe que levou à Ditadura Militar, o Palácio dos Bandeirantes passou a substituir o Palácio dos Campos Elísios, na região central, para onde Tarcísio prometeu retornar.

Com 21 mil metros quadrados de área construída e um jardim de quase 125 mil metros quadrados, o palácio abriga a sede administrativa do governo e a ala residencial, composta por 15 cômodos, dois banheiros e uma sala principal com quadros, piado de cauda e sofás.

É na ala residencial que Tarcísio abriga Jair Bolsonaro (PL) quando o ex-presidente pernoita na capital paulista.

Em três pavimentos, o Palácio é ornamentado com diferentes tipo de mármore, granito e tem um rico acervo cultural, formado por pinturas, esculturas, peças de arte sacra do período colonial e objetos de artes decorativas. Entre os artistas representados, destacam-se Aleijadinho, Pedro Américo, Almeida Júnior, Benedito Calixto, Oscar Pereira da Silva e Cândido Portinari.

Em volta do Palácio há um  jardim com quase 125 mil metros quadrados, onde se destacam os bolsões remanescentes de Mata Atlântica. O local abriga mais de duas mil espécies de plantas nativas e exóticas, como pau-brasil, ipê amarelo, cedro-do-líbano e cerejeiras, além de quarenta espécies de aves. Também abriga esculturas do acervo do Palácio dos Bandeirantes – obras de Bruno Giorgi e Felícia Leirner, entre outros.
 

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