VIOLÊNCIA POLICIAL

'Força policial mais perigosa do mundo', diz jornal inglês sobre PM de Tarcísio

The Sun destaca casos de violência em São Paulo que chocaram o país no ano passado e critica Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite

Tarcísio de Freitas, Guilherme Derrite e agentes da PM-SP.Créditos: Francisco Cepeda/Governo do Estado de SP
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O jornal inglês The Sun publicou uma reportagem sobre a violência da Polícia Militar (PM) de São Paulo e definiu a corporação como a "força policial mais perigosa do mundo" ao contar sobre episódios que chocaram o país nos últimos meses. 

Com o título “Streets of Blood - Inside world’s most dangerous police force as kids shot dead, suspects thrown off bridges & cops ‘wanting murders on CV’ (“Ruas de Sangue - Por dentro da força policial mais perigosa do mundo, com crianças mortas a tiros, suspeito jogado de pontes e policiais que ‘querem assassinatos no currículo’”, em tradução livre), a matéria traz uma entrevista com Camila Asano, diretora-executiva da Conectas.

"MÃES encontram seus filhos mortos a tiros nas ruas por policiais e suspeitos são jogados de pontes em vez de serem presos. Esta é a realidade atormentadora da vida sob uma força policial desonesta e um chefe impulsivo em São Paulo, Brasil", inicia a reportagem ao retratar a polícia do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite

O jornal faz menção aos casos recentes de violência como o do menino Ryan, de 4 anos, morto no litoral paulista, o caso de Marcelo Amaral, jogado da ponte após ser rendido pelos policiais, e o assassinato do jovem Gabriel Renan da Silva Soares com 11 tiros nas costas após tentativa de roubo de um sabão em uma loja.

A reportagem também cita a morte do estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta, morto durante uma abordagem em um hotel da Vila Mariana. 

Os casos aconteceram no final do ano passado e causaram revolta nacional. Cerca de 60 ONGs de direitos humanos chegaram a denunciar Tarcísio e Derrite à Organização dos Estados Americanos (OEA)

Mortes provocadas pela PM de Tarcísio aumentaram 65%

As mortes provocadas pela Polícia Militar de São Paulo registraram aumento de 65% em 2024 em comparação a 2023. Somente no ano passado, 760 pessoas foram mortas pela PM do estado paulista

Os números, que constam no relatório do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), revelam que foram registradas uma média de duas pessoas mortas por dia.

A maioria das mortes (640) foi provocada por policiais em serviço. Já as demais foram causadas por agentes do Estado que estavam de folga. O mês mais letal foi o de outubro, quando foram registradas 86 mortes

O ano de 2024 foi o segundo ano consecutivo em que houve registro de aumento de mortes causadas pela PM. Em 2023, foram 460 mortes, contra 396 em 2022. O aumento da letalidade policial teve como principal causa as operações realizadas na Baixada Santista. Em fevereiro de 2024, por exemplo, o mês mais letal do primeiro semestre do ano, estava em andamento a Operação Verão, que matou 56 pessoas em dois meses. 

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