Sob o comando do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), as mortes provocadas pela Polícia Militar de São Paulo registraram aumento de 65% em 2024 em comparação a 2023. Somente no ano passado, 760 pessoas foram mortas pela PM do estado paulista.
Os números, que constam no relatório do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), revelam que foram registradas uma média de duas pessoas mortas por dia.
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A maioria das mortes (640) foi provocada por policiais em serviço. Já as demais foram causadas por agentes do Estado que estavam de folga. O mês mais letal foi o de outubro, quando foram registradas 86 mortes.
O ano de 2024 foi o segundo ano consecutivo em que houve registro de aumento de mortes causadas pela PM. Em 2023, foram 460 mortes, contra 396 em 2022. O aumento da letalidade policial teve como principal causa as operações realizadas na Baixada Santista. Em fevereiro de 2024, por exemplo, o mês mais letal do primeiro semestre do ano, estava em andamento a Operação Verão, que matou 56 pessoas em dois meses.
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Em 2022, São Paulo registrou o menor número de mortes da história da PM, recorde que foi atribuído à implantação das câmeras corporais pelo Programa Olho Vivo, do governador Rodrigo Garcia (DEM). Porém, com 760 mortes registradas em 2024, o estado paulista voltou ao patamar anterior à implementação dos equipamentos.
Em comparação a 2022, o ano de 2024 registrou aumento de 91% no número de mortes provocadas pela PM. Ao tomar posse como governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos) conduziu uma campanha para enfraquecer o uso das câmeras corporais, anunciando mudanças no modo de gravação, que antes era feito de forma ininterrupta e agora permite que os policiais desliguem os aparelhos.
O descontole da letalidade policial no estado paulista virou alvo de denúncia diversas vezes por organizações de direitos humanos da sociedade civil. Em dezembro do ano passado, mais de 60 entidades denunciaram Tarcísio e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, à Organização dos Estados Americanos (OEA).
PM descontrolada: Tarcísio é o governador com pior avaliação em segurança
O descontrole da Polícia Militar paulista, que diariamente tem ganhado destaque na mídia com espancamentos e assassinatos da população civil, já causa estragos na avaliação do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que vem sendo sondado por setores da terceira via como virtual candidato à presidência em 2026.
Pesquisa Quaest divulgada em dezembro do ano passado mostra que Tarcísio tem a pior avaliação na área de segurança pública entre seis governadores pesquisados - Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr. (PSD-PR), Raquel Lyra (PSDB-PE), Ronaldo Caiado (União-GO) e Jerônimo Rodrigues (PT-BA).
A área é a principal vitrine que pretende ser exibida pelo ex-capitão do Exército na disputa eleitoral em 2026 - seja na tentativa de reeleição ou na disputa à Presidência.
O levantamento mostra que apenas 27% dos paulistas acham positiva a política de segurança pública do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) - outros 36% acham regular e 37% péssima.
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