OLIMPÍADAS

Bolsonaro e Temer lideram em falta de investimento em políticas esportivas no Brasil

Dados dos dois governos foram compilados pelos pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Federal de Goiás (IFG)

Houve cortes expressivos nos investimentos federais no esporte entre 2016 e 2022.Créditos: Pixabay
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Uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) feita em conjunto com o Instituto Federal de Goiás (IFG) mostrou que os governos de Michel Temer (2016-2019) e Jair Bolsonaro (2019-2022) foram os que mais diminuíram o investimento público federal no esporte. A ferramenta Transparência no Esporte confirma essa redução, especialmente no Bolsa Atleta e em recursos para os Jogos Olímpicos.

Os dados da pesquisa Transparência no Esporte (UnB/IFG) mostram que os dois governos juntos, em um tempo de 7 anos, promoveram cortes expressivos nos investimentos federais no esporte, impactando diretamente o Bolsa Atleta e outros programas. O pico de pagamentos do Bolsa Atleta ocorreu em 2014, durante o governo Dilma, com mais de R$ 247 milhões. 

Sob Temer, houve uma queda de cerca de 90% nesse valor (corrigido pelo IGP-DI). Embora tenha havido um aumento em 2019, os valores continuaram instáveis durante o governo Bolsonaro.

Entenda

Crédito: Reprodução/UnB

Com 33 anos, Caio Bonfim, um dos beneficiários do Bolsa Atleta desde sua criação, conquistou a medalha de prata na marcha atlética, uma das provas mais tradicionais das Olimpíadas. O atleta brasiliense, que cresceu admirando Joaquim Cruz, atribuiu sua conquista ao programa que o apoia desde o início de sua carreira e que já beneficiou mais de 9 mil atletas.

Desde 2005, o Bolsa Atleta, maior programa de incentivo ao esporte de alto rendimento do Brasil, tem apoiado financeiramente atletas que obtêm bons resultados em competições. Este ano, o programa atingiu seu recorde com 9.075 beneficiários. A categoria Atleta Nacional é a maior, com quase 6 mil atletas. A categoria Pódio, para atletas de elite, oferece bolsas de até R$ 16.629/mês e contempla aqueles entre os 20 melhores do mundo em suas modalidades.

De acordo com dados da Secretaria de Comunicação Social, 98% dos atletas brasileiros em Paris já foram beneficiados pelo programa em algum momento de suas trajetórias e 87% deles ainda recebem o benefício atualmente.

Marcos Mion espalhou mais fake news

Nesta semana, Marcos Mion foi ao Instagram para “justificar” as polêmicas envolvendo suas declarações sobre os salários pagos aos atletas no Brasil. Segundo o apresentador, os atletas receberiam, em média, R$ 2 mil. Porém, isso não é verdade, e o próprio site que ele utilizou mostra isso. Agências de checagem também desmentiram o apresentador sobre as informações.

Desde o governo Michel Temer (PMDB), o programa Bolsa Atleta começou a enfrentar cortes. Em 2017, o orçamento foi reduzido pela metade, de R$ 140 milhões para R$ 70 milhões. A situação teria se agravado durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Neste governo Lula 3, o programa teve um aumento de 10,86% nas bolsas depois de 14 anos de congelamento. De acordo com dados do Ministério do Esporte, a divisão é feita da seguinte forma:

  • Atleta de base: R$ 410
  • Estudantil: R$ 410
  • Nacional: R$ 1025
  • Internacional: R$ 2051
  • Olímpico/Paralímpico: R$ 3.437
  • Pódio: R$ 5.543 a R$ 16.629

De acordo com o governo federal, a categoria Pódio é a mais alta do Bolsa Atleta, contemplando, desde 2013, atletas com chances de medalhas e de disputar finais em Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Atletas medalhistas como Rebeca Andrade estão enssa categoria. Desde o início foram beneficiados 815 atletas, com 2.605 bolsas, num investimento de aproximadamente R$ 347 milhões.