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Milei demite secretário de Esportes que condenou canto racista da seleção argentina

Julio Garro cobrou desculpas por parte dos atletas, sobretudo de Messi, após gritos racistas, xenofóbicos e transfóbicos. Nota do governo é inacreditável

Créditos: Imagem do X, ex-Twitter
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O presidente argentino, Javier Milei, demitiu o subsecretário nacional de Esportes do país, Julio Garro, após o funcionário cobrar desculpas de atletas da seleção, sobretudo de Lionel Messi, pelo cântico racista, xenofóbico e transfóbico entoado pelos jogados após se sagrarem campeões da Copa América, no domingo (14).

“O capitão da seleção nacional deve pedir desculpas. O mesmo que o Presidente da AFA. Isso nos deixa, como país, em uma situação ruim depois de tantas glórias”, afirmou o subsecretário de esportes.

O comunicado de Estado emitido para informar a demissão de Garro tem um teor surreal e inacreditável em defesa da atitude dantesca dos integrantes do time.

“A Presidência informa que nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à seleção argentina, Campeã Mundial e Bicampeã Americana, ou a qualquer outro cidadão. Por isso, Julio Garro deixa de ser Subsecretário de Esportes da Nação”, diz o texto do gabinete de Milei.

Após vencerem a Colômbia, numa partida realizada na Flórida, nos EUA, país sede da competição, os jogadores promoveram uma manifestação vergonhosa de racismo e de ataque a outros povos, bem como de insulto a transexuais.

“Eles jogam pela França, mas são de Angola. Que bom que eles vão correr, se relacionam com transexuais. A mãe deles é nigeriana, o pai deles cambojano, mas no passaporte francês”, diz a grotesca letra que era cantada aos berros pelos boleiros.

A Fifa se manifestou sobre o caso, condenando a atitude da seleção da Argentina e confirmando que abriu uma investigação para apurar o ocorrido. O time do Chelsea, da Inglaterra, também anunciou um processo para analisar a conduta do jogador Enzo Fernández.

“A Fifa condena com veemência qualquer forma de discriminação, por parte de qualquer pessoa, incluindo jogadores, torcedores e dirigentes”, diz a nota da entidade máxima do futebol.