O delegado Fábio Alvarez Shor, encarregado das investigações da Polícia Federal sobre o clã Bolsonaro, sob a relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no caso do roubo das joias, foi alvo de ataques nas redes sociais e exposto na noite deste domingo (14) pelo senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES).
Há duas semanas, o parlamentar utilizou suas redes sociais para atacar o Estado democrático de direito e dizer que as eleições de 2022 “foram fraudadas” por Alexandre de Moraes, no entanto, sem apresentar nenhum tipo de prova. Do Val, que teve suas redes sociais bloqueadas ainda em 2023 por atentar contra o Estado democrático de direito, voltou a ter acesso ao Twitter em 14 de maio deste ano.
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No X, ele afirma sem apresentar provas, que o delegado “tem invadido residências com mandados de busca e apreensão ilegais” e ainda publica uma montagem com a foto de Shor com um “procura-se”.
“Trata-se do delegado da Polícia Federal, Fábio Alvarez Shor, que tem agido como o capataz do ministro Alexandre de Moraes, cometendo sérias violações contra a Constituição e os direitos humanos dos brasileiros. Este delegado, até então desconhecido, tem se ocultado das redes sociais, mas o Brasil precisa conhecer quem é o executor das ordens ilegais de Alexandre de Moraes. Shor tem invadido residências com mandados de busca e apreensão ilegais, apontando armas na cara de crianças, e confiscando celulares dessas crianças. Essas ações são desumanas e inaceitáveis, e estão sendo realizadas sob a falsa bandeira da Polícia Federal, quando na verdade são ordens diretas de Alexandre de Moraes, com a conivência deste delegado covarde”, diz. “Brasil, é hora de tornar este delegado conhecido.”
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Mariana Eustáquio, filha de Oswaldo Eustáquio, divulgou em suas redes sociais que a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) está "pressionando patriotas" para remover a foto de Fábio Shor das redes. Após a exposição do delegado, o sindicato repudiou a atitude de Marcos do Val em relação à autoridade policial que atua na Polícia Federal.
Fábio Alvarez Shor comandou a equipe de investigadores do caso das joias, e afirmou que o esquema de furto de joias do acervo da União para venda nos EUA é apenas um dos braços da Organização Criminosa comandada por Jair Bolsonaro (PL) em um relatório de mais de 2 mil páginas. “O presente relatório trata da análise dos fatos relacionados ao eixo de atuação da ORCRIM, ora investigada, denominado ‘uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens’, especificamente ao subitem ‘Desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito’", diz o documento. "Cumpre informar que a análise a ser apresentada não é exaustiva, visto que a investigação ainda está em curso e novos dados podem ser encontrados nos materiais analisados ou decorrentes de novas diligências".
Em janeiro de 2023, Do Val revelou que teria participado de uma reunião golpista com o ex-presidente Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira para tentar grampear o ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele afirmou que o objetivo era forçar Moraes a falar algo que poderia ser usado como admissão de irregularidades no processo eleitoral e evitar a posse de Lula. Depois, negou que tentou atacar o ministro do Supremo. Do Val é investigado por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e outros crimes relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ele é suspeito de obstrução do inquérito sobre o 8 de janeiro.