JUSTIÇA

RS: Em ação civil pública, associações exigem que Sebastião Melo seja responsabilizado por enchentes

Entidades enfatizam negligência da prefeitura para prevenir desastres catastróficos na capital, citando como referência as inundações de 2023

Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre (RS).Créditos: ALRS/Divulgação
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Uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Prefeitura de Porto Alegre e o prefeito Sebastião Melo (MDB) foi protocolada pela Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) e a União das Associações de Moradores de Porto Alegre (Uampa). O motivo é os danos causados pelas enchentes que devastaram a capital em maio, que não foram devidamente prevenidas.

Porto Alegre experimentou duas chuvas intensas em setembro e novembro de 2023, que sinalizavam a necessidade de manutenção dos sistemas de proteção contra enchentes o mais rápido possível. No entanto, a prefeitura, apesar de estar ciente da necessidade de tomar medidas preventivas, não agiu para evitar os efeitos catastróficos este ano, conforme destacado na petição. 

A ação apresenta os seguintes pedidos:

  • Retratação pública;
  • Plano imediato de ação específico;
  • Concurso público para preencher lacunas no quadro técnico dos órgãos ambientais.

Em respeito ao princípio da função social da propriedade, o documento também solicita como medida cautelar a proibição do estabelecimento de cidades provisórias sem que sejam consideradas alternativas como a alienação de imóveis municipais para moradia social ou até mesmo a desapropriação temporária de propriedades particulares. Além disso, requer a proibição de alienação de imóveis próprios do município que possam ser utilizados para moradia popular.

Enquanto a calamidade pública e seus efeitos na sociedade porto-alegrense persistirem, a ACP pede ainda que a prefeitura seja proibida de transferir quaisquer competências do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) para a iniciativa privada. A ACP ilustra a negligência da prefeitura através de reportagens que destacam a situação precária das casas de bombas e as potenciais consequências da falta de manutenção adequada. Além disso, são citadas as afirmações do prefeito Sebastião Melo, que atribuiu as inundações exclusivamente às chuvas, ignorando a falta de manutenção. Como mostra uma reportagem da Fórum.

A formação de um grupo de trabalho para estudar a viabilidade da concessão, a redução do orçamento e o esvaziamento do quadro funcional são iniciativas do atual chefe do executivo para a privatização do DMAE. Essas ações são destacadas como parte integrante da denúncia feita pela Ação Civil Pública. De acordo com a Procuradoria-Geral do Município, a ação ainda não foi citada e que, quando for, analisará o caso.