O deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) foi ao seu perfil oficial no ‘X’ (antigo Twitter), nesta segunda-feira (8), para engrossar o coro de Elon Musk, bilionário extremista norte-americano dono da plataforma, que nas últimas horas lançou uma série de ataques ao Supremo Tribunal Federal, ao ministro Alexandre de Moraes e às leis brasileiras, ameaçando descumprir ordens judiciais que determinem a retirada do ar de perfis que cometam crimes na rede de sua propriedade. Musk acabou sendo colocado como investigado no inquérito das Fake News que tramita no STF após o episódio.
Assim como outras figuras ilustres da extrema direita em todo o mundo, como o português André Ventura e o espanhol Santiago Abascal, o deputado federal mais votado do Brasil em 2022 foi se colocar como defensor da “liberdade de expressão” e para tal citou a suspensão de suas contas em várias redes sociais, no último período eleitoral, ainda que sem mencionar o motivo grave e criminoso que motivou tal medida por parte da Justiça Eleitoral.
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“Durante as eleições presidenciais de 2022, todas as minhas contas (Instagram, Facebook e Twitter) foram bloqueadas por ordem judicial e até hoje meus advogados não tiveram acesso ao processo. Na época eu tinha acabado de ser eleito o deputado mais votado do Brasil e minhas redes tinham alto engajamento. Bem naquele momento, fiquei sem redes sociais. Houve protestos em NY e as pessoas carregavam cartazes mostrando o que estava acontecendo no Brasil. Assim como eu, vários jornalistas, influenciadores e até políticos no Brasil sofreram censura e multas – inclusive em escalas maiores e piores do que a minha situação. Espero que você tenha iniciado algo histórico: a retomada da liberdade em nosso país”, postou Nikolas, em inglês, posando de vítima e sem dizer em momento algum o que motivou a suspensão de suas redes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ao contrário do que o “desabafo indignado” do jovem parlamentar mineiro sugere, ele não foi vítima de nenhum “ato de censura”. Nikolas, após ter postado inúmeras mentiras e informações falsas e já ter tido as contas suspensas anteriormente, cinco dias após recuperá-las, resolveu, por conta e risco, compartilhar um vídeo de um influencer argentino de extrema direita que inventou uma série de bobagens para “provar” que o sistema eleitoral brasileiro era frágil e passível de fraudes, endossando o descrédito num mecanismo que desde sua implantação, há 28 anos, jamais registrou qualquer fraude ou adulteração.