O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste domingo (7), que o tribunal deverá reagir de “maneira adequada” à trama golpista que se desenrolou a partir do 8 de Janeiro. Segundo o ministro, “se a Justiça não reage de maneira adequada, nas próximas eleições o grupo que perder vai achar que pode fazer a mesma coisa”.
Sobre o fato do inquérito das fake news já durar cinco anos, o ministro ressaltou que “não é o inquérito que tem se prolongado indevidamente, mas são os fatos que, infelizmente, têm se multiplicado e aparecido ao longo do tempo”.
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Segundo ele, “eu tinha a expectativa de que quando acabássemos de julgar os casos do 8 de Janeiro, naturalmente, o inquérito caminharia para uma conclusão. Mas aí veio a questão da articulação de um golpe de Estado. Isso é muito grave”.
Sobre a participação ou não do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de golpe, Barroso preferiu ser cauteloso:
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“Processo, para mim, é prova. Portanto, o processo ainda não chegou ao plenário do Supremo. Não tenho opinião sobre isso e, mesmo que tivesse, jamais a anteciparia”, destacou.
“Perdeu, Mané”
Já sobre ter dito em Nova York a um bolsonarista a frase: “Perdeu, mané, não amola”, o ministro afirma que, absolutamente, não se arrepende, mas lamenta.
“Passei três dias em Nova York sendo seguido pelas ruas por pessoas gritando todos os palavrões que se possa imaginar e alguns que eu nem conhecia. Eu tive uma reação para demonstrar que sou humano. Naquele mesmo período, a minha filha estava estudando nos Estados Unidos, e eles tinham invadido o telefone dela com grosserias e barbaridades. Quando atinge a família, causa um tipo de aborrecimento um pouco diferenciado. Alguém me perguntou: ‘O senhor se arrepende?’. Absolutamente não. Mas lamento.”