ELON MUSK

PSOL pede que PF e MPF investiguem Starlink por antenas em garimpo ilegal

Operação da Polícia Federal encontrou 24 antenas da empresa de Elon Musk sendo usadas por garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami

PF encontrou 24 antenas de empresa de Musk em território indígena.Créditos: ZACK/MCOM/Wikimedia Commons
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Parlamentares do PSOL pediram que o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) investiguem a Starlink, empresa de satélites do bilionário Elon Musk envolvida com o garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami. 

As antenas da empresa foram encontradas no território indígena após operação da PF realizada entre 4 e 10 de abril. Foram achadas, ao todo, 24 antenas sendo usadas por garimpeiros ilegais para comunicação entre os criminosos. Essa não foi a primeira operação que encontrou antenas da Starlink em terras indígenas. Em novembro do ano passado, já haviam sido apreendidas nove desses equipamentos.

A empresa começou a adentrar em TIs durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que estreitou parcerias com Elon Musk para levar satélites para a Amazônia para supostos fins educacionais. O bilionário prometeu, em outubro de 2022, que levaria internet para 19 mil escolas, o que não aconteceu, conforme levantamento feito pelo UOL, que mostra que apenas três escolas estaduais receberam a internet.

A representação à PF e ao MPF foi feita pela deputada federal Luciene Cavalcante, pelo deputado estadual Carlos Gianazzi e pelo vereador Celso Gianazzi, todos de São Paulo. 

"Por todo o exposto, salta aos olhos que, a despeito da gravíssima crise humanitária enfrentada pelo povo Yanomami, que passa por um processo de histórica e intensa destruição, causada principalmente pelo garimpo ilegal, os satélites da empresa representada sejam utilizados como instrumento de sustentação de um genocídio sem qualquer constrangimento”, afirma o documento, ao qual a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, teve acesso.

Anatel também é acionada

Além dos órgãos citados, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também foi acionada pela deputada federal Sâmia Bomfim, também do PSOL em SP. 

"Como essas antenas de banda larga foram parar nas mãos do crime organizado? É evidente que a empresa do bilionário faz vistas grossas para a utilização do seu produto a serviço do crime", questionou a deputada, em publicação no X (antigo Twitter). 

"Bolsonaro e Musk celebraram um contrato às pressas em 2022, sob desculpa de promover avanços tecnológicos na educação. Até agora os avanços que vimos foram apenas para os garimpeiros", acrescenta. Ela finaliza reforçando que acionou a Anatel por uma "investigação rigorosa" e, se comprovados os crimes, "suspensão da licença da Starlink para operar no Brasil".