*Diferentemente do que havia sido noticiado pela Fórum, a partir de informações veiculadas pela agência Reuters e o site Valor, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, não falou, em momento algum, sobre a possibilidade de rever contratos do governo federal com a Starlink, uma das empresas de Elon Musk
Em nota oficial divulgada nesta terça-feira (9), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) esclareceu que, diferentemente do que havia sido informado pela imprensa, o ministro que comanda a pasta, Paulo Pimenta, não falou em rever contratos com a Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk, após o bilionário atacar, desrespeitar e ameaçar o judiciário brasileiro.
Te podría interesar
A informação, agora desmentida, havia sido veiculada, a princípio, pela agência Reuters e pelo site Valor. Segundo a Secom, Pimenta sequer citou o termo "Starlink" em conversa com jornalistas na segunda-feira (8).
"Ao contrário do que foi veiculado, e já corrigido, pelo Valor Econômico e pela Agência Reuters, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, jamais falou em rever contratos do Governo Federal com a Starlink ou qualquer empresa de comunicação. Em conversa com jornalistas ontem, ele sequer menciona a Starlink em nenhum momento", diz a nota.
"Aqui, não!"
Paulo Pimenta não falou em rever contratos da Starlink com o governo federal, mas disparou contra as ameaças e ataques de Elon Musk ao judiciário brasileiro.
Nos últimos dias, o empresário tem se somado à extrema direita brasileira na tentativa de desqualificar a Justiça do Brasil e vender a ideia de que há uma "ditadura judicial" no país. Musk provocou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e prometeu reativar contas de extremistas que haviam sido bloqueadas por ordem do magistrado, após recorrentes episódios de divulgação de fake news e discurso de ódio. Esses extremistas alvos do STF são investigados como membros de milícias digitais, no âmbito do inquérito das fake news.
Após os ataques de Musk, o ministro Alexandre de Moraes, inclusive, decidiu investigar o bilionário e incluí-lo no inquérito das fake news por “dolosa instrumentalização criminosa.” Ele também proibiu a rede X de reativar perfis tirados do ar por decisão judicial.
Mesmo assim, Musk seguiu com os ataques, chamou Moraes de ditador e liberou na rede X uma live do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, considerado foragido pela Justiça brasileira e que, atualmente, mora nos Estados Unidos.
Em publicação na rede X na noite desta segunda-feira (9), Paulo Pimenta disse que "Elon Musk atua na lei do mais forte, atenta contra a democracia brasileira porque julga que a nossa república é mais fraca que seu patrimônio".
"Aqui, descumpre resoluções do TSE, faz ataques ao ministro Alexandre de Moraes e diz que não seguirá mais determinações da Justiça. Já na Europa, segue resoluções equivalentes impostas por órgãos competentes", destacou Pimenta.
"A defesa da 'liberdade de expressão' nada mais é que um verniz para a estratégia de corroer as leis democráticas dos países que julga 'mais fracos'. Ontem ele testou os limites da nossa democracia e falhou. O Brasil não é uma república menor, onde bilionários estrangeiros fazem o que querem. Aqui, não!", finalizou o ministro-chefe da Secom.