BRAÇO DE FERRO

PF vai chamar representantes do X no Brasil após ataques de Musk a Moraes

Investigação busca apurar "obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime" por parte do bilionário

Elon Musk e Alexandre de Moraes.Créditos: Wikimedia Commons e Antonio Cruz/Agência Brasil
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A Polícia Federal deve chamar, nos próximos dias, representantes do X (antigo Twitter) no Brasil para depor no âmbito das investigações contra o bilionário Elon Musk, dono da rede social, após uma série de ataques e ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e à democracia brasileira. 

Ainda não há data para colher os depoimentos, mas a decisão já foi tomada pelos investigadores. O inquérito da PF foi instaurado na segunda-feira (8) a pedido de Moraes, que pede investigação de "crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa (art. 359 do Código Penal e art. 2º, § 1º, da Lei 12.850/13) e incitação ao crime (art. 286 do Código Penal)". 

A investigação deve ser conduzida pelo Departamento de Inteligência Policial de Brasília e o escritório do X no Brasil fica localizado em São Paulo. 

Musk x Moraes

Os ataques do bilionário ao ministro do STF tiveram início no sábado (6), quando Musk publicou em sua conta no X: "Nós estamos levantando as restrições. Esse juiz aplicou penas massivas, ameaçou prender nossos funcionários e cortar os acessos ao X no Brasil", disse. Ele ainda acrescentou: "Como resultado, nós provavelmente vamos perder todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá. Mas princípios importam mais que lucros".

O ataque repercutiu entre autoridades como a Advocacia Geral da União (AGU), Ricardo Cappeli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o relator do PL das Fake News na Câmara dos Deputados, Orlando Silva (PCdoB-SP).

Como resposta, Moraes incluiu o nome de Musk ao inquérito das fake news sob acusação de “dolosa instrumentalização criminosa" por parte do bilionário.

Ainda assim, Musk continuou os ataques ao liberar uma live do blogueiro Allan dos Santos no perfil Terça Livre, que foi bloqueado pela Justiça brasileira, para parte dos usuários via aplicativo no celular. Ele ainda ensinou a burlar as regras da sua própria rede social

O conflito entre o bilionário, que tem apoio da extrema direita no Brasil, e as autoridades judiciais brasileiras continua e deve ganhar novos capítulos ao decorrer das semanas.