Poucas horas após ser eleito presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Nikolas Ferreira (PL-MG) foi às redes sociais e fez ameaças em tom de ironia. Doutrinado de Olavo de Carvalho, o bolsonarista radical ainda listou as pautas que vai defender, claramente alinhadas à ultradireita fascista.
Em publicação às 22h53 desta quarta-feira (6), Ferreira lançou a ironiza, dizendo que "a democracia não será relativa na comissão que irei presidir".
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O termo vem sendo usado pelos bolsonaristas para classificar o que definem como "ditadura do judiciário" em razão do que alegam ser uma "perseguição" contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
"Fiquem tranquilos que a democracia não será relativa na comissão que irei presidir. Diferente da Venezuela, a oposição terá liberdade e seu lugar de fala", escreveu, incitando a horda bolsonarista.
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De licença paternidade - a justificativa da ausência durante a votação -, Ferreira enviou um vídeo à Comissão de Edcucação após ser eleito para a Presidência para "agradecer aos que votaram e aos que não votaram" em mim.
O extremista ainda afirmou que a pauta da comissão será "bastante conceitual" e que vai pautar antigas propostas da ultradireira, como o homeschooling, método de ensino em casa defendido desde o início do mandato de Bolsonaro, em 2019.
"Nessa comissão, como presidente, a gente vai realizar diversas audiências, fazer subcomissões, além de obviamente fiscalizar a educação do atual governo. Deixar aqui bem claro que vamos fazer uma comissão bastante plural, com objetivo de debates de ideias, de posicionamentos, realização de audiências públicas, com a participação da sociedade civil", disse.
Em seguida, ele falou do Plano Nacional de Educação, que está sendo debatido, e disparou.
"Debateremos também outros temas importantes para a educação de nosso país, como o homeschooling, a questão da violência dentro das salas de aula", disse o deputado.
Em setembro de 2023, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) aceitou a denúncia do Ministério Público do estado e tornou Nikolas réu em um caso envolvendo a publicação de um vídeo, em que ele expõe uma menor de idade trans usando o banheiro feminino em uma escola particular de Belo Horizonte.
O MP-MG denunciou o bolsonarista pelo crime de homotransfobia, enquadrado na Lei do Racismo, conforme previsto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).