De LISBOA | A tentativa tresloucada de Jair Bolsonaro (PL) de conseguir asilo na embaixada da Hungria, em Brasília, na primeira quinzena de fevereiro, após a operação da PF que apreendeu seu passaporte e prendeu dois de seus principais assessores, revelada com imagens de câmeras de segurança pelo jornal norte-americano The New York Times, repercute mundo afora. Já tratado pela imprensa internacional como um criminoso, a imagem do ex-presidente brasileiro de extrema direita que tentou um golpe de Estado rui cada dia mais.
O britânico The Guardian reporta o material disponibilizado pelo NYT e diz que, segundo o apurado, “Bolsonaro estava tentando alavancar sua amizade com um colega líder de extrema direita, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, numa tentativa de escapar do sistema de justiça brasileiro enquanto enfrenta investigações criminais em casa”.
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A agência Bloomberg aborda a notícia destacando que as tentativas de fugir de responsabilização criminal por parte de Bolsonaro começaram “após a polícia lançar uma ampla operação contra alegações de que ele e seus aliados tentaram um golpe após sua derrota nas eleições de 2022”.
Já a Reuters, uma das maiores agências de notícias do mundo, dá o crédito pela reportagem ao NYT e salienta que esse é “mais episódio que levanta questões sobre os planos do ex-presidente, que enfrenta múltiplas investigações criminais no Brasil, com vários membros de seu círculo próximo já presos”.
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Quem também deu destaque ao plano de fuga de Jair Bolsonaro foi a Associated Press (AP), lembrando que “se a Polícia Federal obtivesse um mandado de prisão para o ex-presidente, os policiais não teriam jurisdição para entrar na embaixada húngara devido a convenções diplomáticas que restringem o acesso”.
No Clarín, da Argentina, a reportagem mostra que “a permanência na embaixada sugere que o ex-presidente procurava tirar vantagem da sua amizade com outro líder de extrema direita, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, numa tentativa de escapar ao sistema de justiça brasileiro enquanto enfrentava investigações criminais no seu país”.
Na Europa, o francês Le Parisien foi mais longe e disse que “Donald Trump, que regularmente é confrontado com a lei, talvez encontre inspiração no ex-presidente do Brasil”, acrescentando que Bolsonaro é um político “declarado inelegível em junho passado por ter divulgado informações falsas sobre o sistema brasileiro de urnas eletrônicas e alvo de diversas investigações”.
A RTP, maior emissora de televisão de Portugal, estatal, já na manchete de seu portal crava que “Jair Bolsonaro escondeu-se na embaixada da Hungria no Brasil”, sem rodeios, enquanto o Diário de Notícias (DN) frisou que “com a Justiça à perna em pelo menos três operações policiais, o plano seria conceder asilo político ao ex-presidente brasileiro, segundo fontes anônimas da embaixada do país europeu”.