ORCRIM BOLSONARISTA

Anderson Torres atuou como consultor jurídico de Bolsonaro no golpe, diz ex-comandante da FAB

Baptista Almeida prestou depoimento à PF antes do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e teria dito que relatou a Bolsonaro que não houve fraude nas eleições, segundo relatório militar

Freire Gomes, Bolsonaro e Baptista Júnior.Créditos: Presidência da República/Agência Brasil e Agência Senado
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Alvo da fúria do general Walter Braga Netto por não aderir à tentativa de golpe, o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, jogou ainda mais luz à trama liderada por Jair Bolsonaro (PL) para tentar impedir a posse de Lula em janeiro de 2023.

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Baptista Almeida prestou depoimento à Polícia Federal uma semana antes do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e teria detalhado a articulação de Bolsonaro na organização criminosa golpista. 

Assim como Freire Gomes, Baptista Júnior teria sido pressionado pelo ex-presidente a aderir a tentativa de golpe e, após a negativa, se tornou alvo do núcleo comandado por Braga Netto que incitava ódio contra os militares que teriam se negado a encampar a intentona.

Em nova informação sobre o teor do depoimento, Bela Megale afirma que o ex-comandante da Aeronáutica teria dito aos investigados que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, atuava como um consultor jurídico de Bolsonaro nos temas relativos ao golpe.

Na casa de Torres, que chegou a ser preso após os atos de 8 de janeiro - quando viajou para os EUA um dia após assumir a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal -, a PF encontrou uma das versões da minuta golpista.

Bapstista Júnior também teria confirmado que esteve na reunião - relatada depois por Freire Gomes - em que Bolsonaro teria pressionado os comandantes das três forças a aderirem ao golpe. Segundo a PF, apenas Almir Garnier, da Marinha, teria colocado "as tropas à disposição".

O brigadeiro ainda afirmou que teria dito a Bolsonaro que o relatório militar apontou que não houve fraudes nas eleições. Para os investigados, a informação mostra que o ex-presidente seguiu com o plano golpista, mesmo diante da negativa ao seu discurso de fraude nas urnas eletrônicas.