Após atacar o presidente da CPI do Genocídio, senador Omar Aziz (PSD-AM), dizendo que "homem armado não ameaça", o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, curtiu um tuíte que pede a ele "atenção" à "perseguição de ministros do STF" contra Jair Bolsonaro (Sem partido).
"Isso sim é Comandante! Desculpe se de qndo em quando venho lhe pedir atenção sobre ininterruptas interferências e perseguição dos ministros do STF contra o Executivo e o PR. Acontece que sabemos que os inimigos internos NÃO pararão de conspirar contra o BR e estamos fartos", diz o tuite do perfil @San48487885, que foi curtido pelo militar.
O tuíte, do dia 6 de agosto, comenta uma publicação de Baptista Júnior sobre uma "demonstração operacional" com desfiles de aeronaves militares ao ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ocorrido na Guarnição de Aeronáutica de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
"Terminamos mais uma semana de trabalho e adestramento da NOSSA FAB, na qual pilotos e especialistas comprovaram a excelência na nossa missão-síntese: DEFENDER a soberania brasileira no ambiente aéreo", escreveu o comandante da Aeronáutica.
Em rara entrevista no dia 9 de julho, Baptista Júnior saiu em defesa da nota conjunto em que as Forças Armadas atacam o presidente da CPI e frisou que “homem armado não ameaça” ao ser indagado sobre a possibilidade de um novo golpe no país.
“Não… Homem armado não ameaça. Não existe isso. Nós não vamos ficar aqui ameaçando. O presidente do Senado (Rodrigo Pacheco) foi bastante feliz na sua colocação. As autoridades precisam entender o que está por trás da autoridade. Nós precisamos entender que o ataque pessoal do senador (Omar Aziz) à instituição militar não é cabível a alguém que deseje ser tratado como Vossa Excelência. Porque nós somos autoridades. O comportamento de cada um de nós, das autoridades, exige ponderação e entendimento do todo. E essa disputa política do país é normal, mas sinto ser em tão baixo nível, em nível muito raso. Sinto que esta disputa deve ter como limite os riscos que ela pode trazer à institucionalidade do país. Essa disputa política não pode ultrapassar os limites da aceitabilidade, que começa pelo respeito às instituições, entre os Poderes. E aí estou falando em tese. Não estou dando recado para ninguém”, disse ao ser colocado diante da tese de ameaça de golpe por oposicionistas do governo Jair Bolsonaro.