ORCRIM BOLSONARISTA

Cid foi consultado sobre medida para fuga de militares caso golpe "descambasse"

Membro da organização criminosa golpista, coronel Sérgio Cavaliere, o "Cavalo", reclamou dizendo que Bolsonaro estaria cometendo "uma bela de uma sacanagem" se não concedesse o benefício para a fuga.

Mauro Cid e Jair Bolsonaro.Créditos: Reprodução/YouTube
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Integrante de dois núcleos da organização criminosa golpista de Jair Bolsonaro (PL), o coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros trocou mensagens com o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens da Presidência, buscando uma estratégia de fuga para militares, caso o golpe desse errado.

Nas conversas captadas pela Polícia Federal (PF) - e divulgadas pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira -, "Cavalo", como era chamado no grupo, consulta Cid sobre uma suposta guarida de Bolsonaro para que os militares fugissem do país "se tudo descambar".

"Irmao [sic], vou te pedir uma ultima [sic] parada, em meu nome e de outros amigos. Se tudo der errado, que seja concedido em caráter excepcional a saída compulsória (proporcional) àqueles que desejarem. Minha mulher é libanesa e quer que eu vá embora com ela", escreveu Cavalieri a Cid. "Sei que é possível fazer isso antes do apagar das luzes", emendou.

Acreditando que o golpe daria certo, Cid se antecipa e responde que a "ideia é não conceder para ninguém".

"Cavalo", então, retruca dizendo que Bolsonaro estaria cometendo "uma bela de uma sacanagem" se não concedesse o benefício.

"Se tudo descambar, nós e nossas famílias sofreremos por decisões totalmente em desacordo com o que pensamos. Temos nos mantido confiantes e disciplinados até agora. Espero que estejam preparados para lidar com o racha interno, que virá", disse o militar.

Em resposta, Cid reclama que "estamos muito disciplinados", em relação à postura dos militares.

Integrante dos núcleos "Operacional de Apoio às Ações Golpistas" - que orientava as manifestações em frente aos quartéis - e "de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral", Cavalo também atuava para tentar cooptar mais militares da ativa, segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Para Moraes, Cid e Cavalieri mostram na conversa a "tática de investir contra militares não alinhados às iniciativas de golpe, [...] tudo com o objetivo de incitar os integrantes do meio militar a se voltarem contra os comandantes que se posicionam contra o intento criminoso".

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