MILITARES GOLPISTAS

Fuzileiro naval e irmão que ameaçaram Moraes por e-mail podem ficar quase 5 anos na prisão

Fuzileiro Naval, o segundo-sargento Raul Fonseca de Oliveira estava lotado no Comando da Marinha e era subordinado ao almirante Almir Garnier, que teria colocado tropas à disposição da tentativa de golpe de Bolsonaro

O segundo-sargento Raul Fonseca de Oliveira e Alexandre de Moraes.Créditos: Reprodução / Antonio Augusto STF
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A Polícia Federal (PF) indiciou o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira e o irmão dele, Oliverino de Oliveira Junior, que estão presos por ameaçar por e-mail o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os dois extremistas, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), foram presos preventivamente no dia 31 de maio e, caso sejam condenados pelo artigo 359-L do Código Penal - "tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais" - podem pegar até 4 anos e 8 meses de cadeia.

Ao todo, o sargento da Marinha e o irmão enviaram 41 e-mail para Moraes e para a esposa dele, a advogada Viviane Barci de Moraes, com graves ameaças ao casal e aos filhos: Gabriela, Giuliana e Alexandre. 

Os crimes investigados são ameaça e perseguição (stalking) à família do ministro.

A PF aponta que os dois criaram duas contas de e-mail e, a partir destas, diversas outras, com intuito de encobrir quem de fato praticou os crimes.

Comando da Marinha

Fuzileiro Naval, o segundo-sargento Raul Fonseca de Oliveira estava lotado no Comando da Marinha, no Rio de Janeiro, e atuava no Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape) e no Sistema de Administração Financeira (Siafi).

O posto, que lhe garante um salário de mais de R$ 8,2 mil mensais, é subordinado ao comando da Marinha. Oliveira trabalhou sob as ordens do almirante Almir Garnier, comandante da força durante o governo Bolsonaro que teria colocado as tropas à disposição do golpe tentado pelo ex-presidente.

O segundo-sargento também é alvo de ao menos dois processos no Superior Tribunal Militar (STM): um deles por desacato e insubordinação e outro por abandono de posto.