Jair Bolsonaro (PL) surtou em ligação às 6h50 deste sábado (18) ao jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, que divulgou informações sobre o iminente indiciamento pela Polícia Federal do ex-presidente e de generais integrantes da organização criminosa no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, após vitória de Lula nas eleições presidenciais.
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Segundo o jornalista, Bolsonaro ligou de manhãzinha e surtou com a notícia publicada às 2h deste sábado.
“É mais uma da PF criativa do Alexandre [de Moraes]. Não existe decreto de Estado de sítio. O presidente que quiser decretar Estado de sítio deve enviar uma exposição de motivos pro Congresso, ouvir o Conselho da República e o Conselho da Defesa. Cadê a exposição de motivos? Não tem, porque nunca tomei nenhuma medida concreta sobre isso”, disparou.
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Em claro sinal de desespero, o ex-presidente afirmou que ele deve ser condenado no caso para "reforçar a inelegibilidade", que o afastou da disputa das eleições em 2030.
“Querem se garantir com uma condenação”, afirmou, já vendo como certa a sentença sobre o caso.
Bolsonaro ainda fez uma revelação escatológica sobre os estudos que diz ter feito sobre a Constituição após assumir o mandato como presidente, sendo que ficou 27 anos na Câmara Federal e teve outros dois mandatos como vereador no Rio de Janeiro.
“Eu estudei toda a Constituição desde que assumi. A Constituição tem que ser a leitura de cabeceira ou ficar no banheiro. Eu leio no banheiro. Era minha leitura de cabeceira e de banheiro. Sempre falei nas quatro linhas, nunca fiz nada fora”, argumentou, emendando que "os caras estão fazendo uma tempestade dentro de uma garrafa plástica”.
Indiciamento
Segundo a reportagem de Guilherme Amado, Bolsonaro e os ex-ministros e generais Walter Braga Netto (Casa Civil) e Augusto Heleno (GSI) serão indiciados pela Polícia Federal (PF) pela tentativa frustrada de golpe após a derrota para Lula nas eleições de 2022.
O inquérito sobre a organização criminosa que tramou o plano golpista será concluído em novembro, logo após às eleições, e remetido à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Bolsonaro e dos dois generais, que ocupavam posições centrais no governo, a PF vai indiciar o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira (que anteriormente era comandante do Exército), e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha que colocou as tropas à disposição do ex-presidente para desencadear o golpe.