O deputado federal e pastor Otoni de Paula (MDB-RJ) reagiu à série de ataques de que tem sido alvo desde que declarou apoio à reeleição de Eduardo Paes (PSD) à prefeitura do Rio e elogiou medidas do governo Lula (PT) que beneficiam o povo evangélico, em sua maioria da classe trabalhadora.
Durante entrevista à Globonews realizada nesta sexta-feira (18), Otoni de Paula enviou um duro recado para Jair Bolsonaro e afirmou que as igrejas não pertencem ao ex-presidente.
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"O mesmo Deus que permitiu Bolsonaro ser presidente permite agora Lula ser presidente. A igreja sempre foi uma ponte de diálogo entre as autoridades e sempre intercedeu pelas mesmas. Por que não faz isso agora? Porque ela está perdendo seu papel. É este o alerta que eu quero fazer. Nós podemos ter as nossas escolhas pessoais, mas temos que entender que a igreja não é de Bolsonaro, a igreja não é de Lula. A igreja é do senhor Jesus Cristo", disparou Otoni de Paula.
Em outro momento, Otoni de Paula classificou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como "prepotente" e "arrogante". "Quando eu fui apoiar o Eduardo Paes no Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro, por quem eu tenho profundo respeito, disse a uma de suas colegas [jornalista] que, 'o deputado Otoni de Paula, a partir de agora, vai ter que dar satisfação à igreja, vai ter que explicar por que está apoiando o Eduardo Paes'. Eu vi uma arrogância e uma prepotência tão grandes nessa colocação do senador Flávio Bolsonaro", disse.
"Quer dizer que: se eu não apoiar quem o presidente Bolsonaro indica, eu estou em pecado? Eu tenho que me explicar para a igreja? É essa arrogância bolsonarista que eu disse", completou Otoni de Paula.
Posteriormente, o pastor Otoni de Paula defendeu a autonomia política dos evangélicos e criticou a claque bolsonarista. "Eles [bolsonaristas] imaginam que a igreja vai a reboque do que eles pensam, vai a reboque do que eles querem. Nunca foi assim. A igreja nunca foi a reboque de ninguém. Portanto, se ela não foi lá atrás, ela não irá dessa vez. Todo evangélico tem consciência de que seu voto é livre. Nem pastor tem voto de crente no cabresto, e o pastor que faz isso está condenando o seu próprio ministério pastoral", concluiu Otoni de Paula.