Após Manuela D'Ávila anunciar publicamente, em outubro, sua saída do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a direção do partido oficializou, neste domingo (3), o desligamento da gaúcha depois de 25 anos de militância nas fileiras da sigla.
Em nota publicada no site oficial do partido, a Comissão Executiva do PCdoB diz "respeitar" a decisão, mas "lastima" a saída da ex-deputada, pois há convicção de que "no PCdoB Manuela poderia desempenhar papéis relevantes para a reconstrução do país”.
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No dia 16 de outubro, Manuela D’Ávila afirmou ter se tornado uma mulher sem partido "por falta de opção, por falta de condições de qual caminho seguir”. Na época, no entanto, o PCdoB não havia sido informado oficialmente da decisão.
Trajetória no partido
Manuela foi eleita pelo PCdoB vereadora de Porto Alegre, aos 23 anos, em 2004, como a mais jovem eleita para o cargo. Em 2006, ela foi a deputada federal mais votada do Brasil, com mais de 270 mil votos. Manuela quebrou o próprio recorde nas eleições seguintes, em 2010, com quase meio milhão de votos. Ela também disputou a prefeitura da capital gaúcha três vezes. Na última, em 2020, perdeu para Sebastião Melo (MDB).
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A ex-deputada também foi candidata à vice-presidência na chapa de Fernando Haddad (PT), que foi para o segundo turno em 2018, mas acabou derrotada por Jair Bolsonaro (PL).
Leia na íntegra a nota publicada pela Comissão Executiva do PCdoB
"Manuela D’Ávila comunicou publicamente sua saída das fileiras do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), depois de mais de duas décadas de militância. Respeitamos, mas lastimamos tal decisão. Ser membro do PCdoB é um ato de liberdade e de convicções.
Manuela se formou no PCdoB e se integrou ao elenco das lideranças da esquerda e do campo progressista brasileiro. Alcançou esse destaque pela confluência entre suas capacidades, a força e o talento do coletivo militante e a política justa da legenda comunista.
Convictos de que no PCdoB Manuela poderia desempenhar papéis relevantes para a reconstrução do País, nesse momento de grandes exigências da luta de classes no Brasil e no mundo, empreendemos com ela um diálogo persistente e respeitoso, no esforço para que o desfecho fosse outro.
O PCdoB, legenda centenária, envolto nas grandes lutas da contemporaneidade, sustentado pelas convicções e compromissos de seu coletivo militante e de suas lideranças, segue em sua jornada por um Brasil democrático, soberano, desenvolvido. Para tal, empenha-se no fortalecimento da frente ampla, impulsionada pela esquerda, num processo de unidade e luta, tática indispensável ao êxito do governo Lula e para isolar e derrotar a extrema direita.
O PCdoB, na agenda da democracia interna que o rege, iniciará em breve, os debates de seu 16º Congresso. Sempre confiante na sabedoria do seu coletivo e no método de dialogar e interagir com o pensamento progressista e revolucionário de nosso país, irá debater os problemas e dilemas que desafiam a esquerda brasileira a empreender, agora e já, a luta por um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que, na concepção de seu Programa, é o caminho brasileiro para o socialismo.
Brasília, 3 de novembro de 2024".