PERDÃO

Após inquérito da PF sobre golpe, Flávio Bolsonaro pede "anistia ampla, geral e irrestrita"

Senador alegou que seu pai sofre "perseguição"; relatório da Polícia Federal indica que ex-presidente "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização" de golpe

Flávio Bolsonaro pediu "anistia ampla, geral e irrestrita" a golpistasCréditos: Saulo Cruz/Agência Senado
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Após a divulgação do relatório final da Polícia Federal (PF) sobre a trama golpista que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu anistia "ampla, geral e irrestrita" como forma de trazer "normalidade" ao país.

"O único caminho para alguma normalidade e algum reequilíbrio entre os poderes é uma anistia ampla, geral e irrestrita. Estou cada vez mais convicto disso, e que inclua o ministro Alexandre de Moraes", declarou o parlamentar em sessão no Senado realizada nesta terça-feira (26).  "Não são poucos os crimes cometidos por Alexandre de Moraes e por esse grupo de Lula na Polícia Federal", disse.

Apesar de atacar Moraes e Lula, o filho de Bolsonaro não comentou nada sobre o fato de ambos serem alvos do planejamento golpista revelado pela Polícia Federal. O senador se limitou a dizer que seu pai seria "perseguido".

"Essa perseguição contra Bolsonaro e contra a direita não começou em 2022, em 2023 ou em 2024, começou muito antes", lamentou, em sua fala na tribuna da Casa.

As investigações da Polícia Federal concluíram que Jair Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” dos atos realizados por uma organização criminosa que planejou a execução de um golpe de Estado no país. 

Anistia a golpistas

Quem também reforçou o tema da anistia aos golpistas do 8 de janeiro nesta terça-feira foi o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).

"Ao defendermos anistia, não fazemos porque queremos anistiar crimes, defendemos que aqueles que depredaram sejam punidos. Nós queremos desarmar espíritos, a volta da normalidade democrática, queremos que a Constituição seja cumprida, queremos que o escudo que nos protege, que é a lei, possa voltar a vigorar neste país", disse ele.

Na Câmara dos Deputados, no anúncio da candidatura do Pastor Henrique Vieira à presidência da Casa, o deputado afirmou que, se eleito, não haverá anistia para quem “tentou um golpe contra a democracia”.

“Não é exagero ou sensacionalismo. Estranha-nos o presidente da Casa e o seu indicado não tratarem do arquivamento da proposta da anistia”, afirmou.