TRAMA GOLPISTA

Veja quem era o alto escalão do golpe junto a Bolsonaro, de acordo com a PF

Inquérito da Polícia Federal lista quem esteve ao lado do ex-presidente na articulação golpista; confira

Jair Bolsonaro, Anderson Torres e Augusto Heleno.Créditos: Tom Costa/MJSP
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A Polícia Federal (PF) comprovou nesta terça-feira (26) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atuou como líder máximo da organização golpista que planejava aplicar um golpe após as eleições presidenciais de 2022. Ao lado de Bolsonaro, estavam aliados de diferentes setores que alimentavam a estrutura golpista, como militares, ministros e figuras públicas.

Esses grupos atuavam como o "primeiro escalão", de acordo com o inquérito da PF, coordenando ações, articulando narrativas e garantindo suporte logístico. Além de planejarem o golpe, o círculo próximo a Bolsonaro também mobilizou recursos e pessoas para sua execução.

Confira abaixo quem esteve ao lado do ex-presidente e suas atuações na trama golpista.

1. Augusto Heleno – O estrategista militar

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) desempenhou um papel de "líder estratégia" na articulação golpista ao coordenar  a logística e a comunicação entre Bolsonaro e os militares que apoiavam o plano.

Helena foi o responsável por preparar o “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que seria ativado em caso de sucesso do golpe, além de pressionar comandantes das Forças Armadas para aderirem ao plano.

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2. Anderson Torres – O operador jurídico

Atuando como ministro da Justiça, Torres foi responsável por coordenar o núcleo jurídico do golpe e participou da elaboração da minuta do decreto que previa a intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com a PF, Torres utilizou o Ministério da Justiça para disseminar informações falsas e pressionar líderes regionais a apoiar a trama.

3. Braga Netto – O líder militar de campo

Como ministro da Defesa e candidato a vice-presidente, Braga Netto liderou a pressão sobre comandantes militares para garantir apoio logístico ao golpe. O militar participou de reuniões estratégicas e mobilizou grupos de forças especiais, como os chamados "Kids Pretos", para operações clandestinas.

4. Alexandre Ramagem – O mestre da inteligência

Através do seu cargo como diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem foi o responsável por coordenar a coleta e manipulação de dados para sustentar narrativas golpistas e desacreditar o sistema eleitoral. Sua função consistiu em liderou um núcleo de inteligência que produziu relatórios falsificados para embasar discursos e ações do governo.

5. Mario Fernandes – O planejador operacional

Fernandes, como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência, elaborou o plano “Punhal Verde Amarelo”, que detalhava ações clandestinas contra o Judiciário e opositores políticos. Foi o responsável por comandar forças especiais e organizar o monitoramento de lideranças do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo eleito.

6. Waldemar Costa Neto – O financiador político

Presidente do Partido Liberal (PL),  Costa Neto atuou para garantir suporte político e jurídico ao golpe. Liderou a petição apresentada ao TSE para questionar o resultado das urnas, mobilizou recursos financeiros e utilizou sua posição no partido para legitimar a narrativa de fraude eleitoral.

7. Fernando Cerimedo – O Propagandista Internacional

Principal responsável pela disseminação de desinformação no exterior, o influenciador argentino contribuiu para amplificar a narrativa de fraude eleitoral. Cerimedo atuou através de transmissões ao vivo e coordenou redes sociais internacionais para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.

Outros atores envolvidos

1. Mauro Cid – O executor logístico

O militar foi o responsável por gerenciou as operações logísticas, incluindo a distribuição de recursos e organização de manifestações.

2. Rafael de Oliveira – O operador militar

Parte dos "Kids Pretos", participou diretamente de ações clandestinas e monitoramento de opositores.

3. Oficiais Regionais – A base de apoio

Garantiram a execução de ações em nível local, como a mobilização de manifestações e ataques ao sistema eleitoral.

De acordo com a PF, essa estrutura "evidencia a complexa rede de responsabilidades e os níveis hierárquicos que sustentaram a trama golpista". A análise de papéis mostra a coordenação estreita entre o núcleo político, militar, jurídico e de inteligência, sob a liderança de Bolsonaro.