Em entrevista à Fórum, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR) explicou o acordo fechado pelo partido com Arthur Lira (PP-AL) para fazer parte do conjunto de partidos que apoia Hugo Motta (Republicanos-PB) para suceder o deputado alagoano na Presidência da Câmara a partir de fevereiro de 2025, quando será realizada a eleição para a mesa diretora da casa legislativa.
Em entrevista à Folha, realizada horas após o PT anunciar, ao lado do deputado paraibano, o apoio a seu candidato, Lira foi indagado sobre "o que entrou no acordo para o PT apoiar Hugo Motta".
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O atual presidente da Câmara - que não foi indagado pela Folha sobre acordos com os outros partidos - disse que assumiu o compromisso de o PT indicar um ministro para a próxima vaga que será aberta no Tribunal de Contas da União (TCU).
Indagado se "houve um compromisso", Lira respondeu: "Com o PT, sim. De eles indicarem a vaga no TCU".
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À Fórum, Gleisi disse que a indicação à vaga - um precedente que cabe ao Presidente da República - foi apenas um dos pontos apresentados pelo PT, que tem uma grande bancada. Mas, que a questão envolvendo o TCU não é uma questão que se resolve agora e nem foi de grande importância na negociação.
A deputa ainda ressaltou que não tem qualquer interesse pessoal na vaga em questão, o que está sendo ventilado nos bastidores. "Não tem isso. É queimação porque insisti que a vaga do TCU entrasse na negociação. A última indicação foi do PRB, deputado Jonathan de Jesus do PRB, de Rondônia. E qual o problema ou imoralidade do PT indicar um nome? Só os outros partidos podem?", indagou.
Segundo ela, o PT pediu que, na construção da mesa diretora, os partidos pudessem indicar os membros pelo tamanho de suas bancadas, a chamada proporcionalidade. E que Lira se comprometeu a observar isso. Neste sentido, o PT ficaria com a primeira-secretaria da mesa, um cargo essencial para decisão de pautas que irão à votação no plenário da casa.
Além disso, Hugo Motta teria se comprometido a colocar em debate uma série de propostas de interesse direto do governo Lula.
A presidenta do PT ainda ressalta que o partido teve conversas com outros dois candidatos: Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA), que seria o preferido da bancada.
No entanto, o PT decidiu apoiar Motta pelo compromisso firmado anteriormente com Lira - de que ele colocaria um nome de consenso para a sucessão - e pela boa relação que o deputado do Republicanos mantém com o PT .
Também pesou o fato de que uma instabilidade política poderia ser gerada. E isso impactaria o governo Lula, caso houvesse uma disputa muito acirrada pela presidência da Câmara. "Se apoiássemos o Brito, por exemplo, por quem tenho muito respeito, poderíamos ganhar de pouco ou perder. Isso teria impacto para a continuidade do governo Lula. Preferimos um caminho mais seguro", disse Gleisi.