A blitzkrieg - a "guerra relâmpago" do Exército nazista de Adolph Hitler para desencadear ataques rápidos e surpresas e desestabilizar os inimigos na II Guerra Mundial - de Arthur Lira (PP) para fazer de Hugo Motta (Republicanos-PB) um nome de consenso para sua sucessão na Presidência da Câmara causou uma hecatombe nas candidaturas dos adversários Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA), que estão sendo pressionados pelo comando de seus partidos a levantarem a bandeira branca.
Em menos de 72 horas, desde que Lira anunciou a Comissão Especial para debater o PL da Anistia - tirando o projeto da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e as negociatas com Jair Bolsonaro (PL) sobre o tema dos holofotes -, Motta angariou o apoio de 312 deputados, número mais que suficiente do que os 257 votos necessários para vencer a disputa no primeiro turno.
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Ao empurrar a discussão do PL da Anistia para 2025 - quando planeja comandar a CCJ, enquanto seu pupilo preside a Câmara -, Lira abriu espaço para angariar apoio de um prisma ideológico para fechar consenso em torno da candidatura do deputado paraibano.
Em uma série de negociações rápidas, Motta venceu as batalhas contra os adversários e cooptou os votos do PL, de Bolsonaro; do PT, de Lula; do PP, de Lira; do MDB, de Michel Temer; e até do Podemos, de Deltan Dallagnol. Além do apoio dos 44 deputados do Republicanos, braço político de Edir Macedo, comandado por Marcos Pereira.
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A ação esvaziou quaisquer estratégias de reação de Nascimento e Brito. Diante do novo cenário, construído em menos de 3 dias, as cúpulas do União - partido de Sergio Moro e ACM Neto - e do PSD, de Gilberto Kassab, pressionaram os dois postulantes a deixarem a disputa.
A bandeira branca dos dois candidatos deve ser hasteada até esta sexta-feira, após União e PSD negociarem cargos com Lira e Motta para fechar o consenso.
A previsão é que, com o levante de Lira, Motta obtenha cerca de 400 dos 513 votos dos deputados que compõem a Casa Legislativa, em uma vitória maciça.
Os demais votos devem ser divididos em duas candidaturas de protesto, que devem ser construídas pelo PSOL, à esquerda, e pelo partido Novo, na extrema-direita.
Fato consumado, Lira passará a comandar, em 2025 e no ano eleitoral de 2026, a pauta da CCJ e a presidência da Câmara, por meio de Hugo Motta. E, como já negociado com Jair Bolsonaro, colocará em votação o PL da Anistia, fortalecendo a frente ampla, que vai do Centrão à ultradireita, contra Lula nas eleições presidenciais.