A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) revelou nesta quarta-feira (11), durante sessão na Comissão de Ética que julgava o processo de cassação contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mandou suspender sua escolta como forma de atacar Braga, pois, como se sabe, a parlamentar e o deputado vivem juntos.
Sâmia Bomfim tinha uma escolta desde que seu irmão, Diego Ralf Bomfim, e mais dois amigos - Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida - foram executados em um quiosque na Barra da Tijuca. O irmão da deputada foi confundido com um miliciano, com quem guardava semelhança física.
Te podría interesar
"O presidente da Câmara, sem me avisar, sem avisar ninguém, ele simplesmente cortou a escolta à qual eu tinha direito depois que aconteceu a tragédia com a minha família, que todo mundo sabe. De uma hora para outra, ele cortou a escolta. Ninguém entendeu, eu não entendi", inicia Sâmia Bomfim.
Em seguida, Sâmia Bomfim afirma que se trata de uma retaliação de Arthur Lira. "Eu fui descobrir que é porque naquele mesmo dia havia acontecido um bate-boca dele com Glauber no plenário. A minha assessoria foi conversar com a Mesa Diretora para tentar entender por que isso tinha acontecido e até hoje eu não tenho nenhuma resposta", afirma.
Te podría interesar
A deputada afirma que Arthur Lira é capaz de atitudes cruéis para atingir seus adversários. "Então, se vocês duvidam do que esse homem é capaz de fazer, saibam: sim, ele é capaz de ir até as últimas consequências mais cruéis para penalizar aqueles que ele considera adversários. Mas eu vou dizer: me dá muito orgulho ser companheira de alguém que tem um sujeito com essa índole como o principal adversário", concluiu.
Confira no vídeo abaixo a revelação de Sâmia Bomfim:
Glauber Braga: "Se alguém tem que ser cassado, é Arthur Lira"
Foi aprovada nesta quarta-feira (11), no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, a admissibilidade do processo de cassação contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), movido pelo Novo. Entenda mais abaixo.
À Fórum, o deputado Glauber Braga declarou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), "está jogando pesado" contra o seu mandato. No entanto, o parlamentar afirma que quem deveria ser cassado é Lira, e não ele.
"Arthur Lira está jogando pesado. Recebi o resultado com indignação, mas não com surpresa. Até ameaçado de afastamento cautelar por um deputado eu fui. Não vão me chantagear. O relator já me julgou e condenou antes de qualquer processo. As falas dele mostram isso. Estou entrando com uma ação de suspeição contra ele. Se alguém tem que ser cassado, é o sr. Arthur Lira. Não vou recuar", declarou Glauber Braga.
Entenda o processo contra Glauber Braga
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11) a admissibilidade do processo de cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ). O colegiado aprovou por 10 votos a 2 o relatório de Paulo Magalhães (PSD-BA) pela continuidade da ação movida pelo Novo contra Braga.
A ação do Novo contra Glauber Braga diz respeito ao episódio em que, após ser provocado por um militante do MBL, o deputado do PSOL expulsou o militante da extrema-direita. O Novo acusa Braga de "violação às normas de decoro que exigem respeito e decoro nas interações".
O que acontece agora?
- Glauber Braga tem um prazo de 10 dias para a apresentação, por escrito, de sua defesa.
- Após a apresentação da defesa por escrito, serão mais 40 dias úteis para instrução probatória, solicitação de documentos e oitivas de testemunhas do relator e do representado.
- Finalizada a fase probatória, conta-se mais 10 dias para o relator apresentar o seu parecer final, que vai à votação.
- Após a finalização no Conselho de Ética, o deputado Glauber Braga pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
- Encerradas todas as etapas, a cassação vai à votação no plenário da Casa.
O deputado Glauber Braga afirma que o processo em curso no Conselho de Ética é uma perseguição movida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).