Nas eleições municipais deste ano, nove indígenas foram eleitos para o cargo de prefeito no país. O número, apesar de baixo, representa aumento em relação às últimas eleições de 2020, quando foram oito indígenas eleitos, e de 2016, quando foram seis, e sinaliza um avanço da presença indígena em espaços de poder.
Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também apontou que as candidaturas indígenas, tanto para prefeitura quanto para câmaras municipais, cresceram 14% se comparadas a 2020. Neste ano, foram 2.479 indígenas de 170 etnias diferentes candidatos aos cargos de prefeitos e vereadores.
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Os indígenas eleitos são em sua maioria homens, e estão distribuídos entre partidos de esquerda, centro e direita. Não há registro de segundo turno com candidatos indígenas.
Um dos destaque das eleições indígenas vai para o município de Uiramutã, em Roraima, considerado o mais indígena do Brasil. Na cidade, o prefeito Tuxaua Benísio (Rede), da etnia macuxi e liderança da Comunidade Indígena Pedra Branca na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, foi reeleito com 59,66% dos votos.
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Outro destaque vai para Marcação, na Paraíba, onde a única prefeita indígena foi eleita, Ninha (PSD) e toda a câmara municipal será composta por pessoas indígenas.
Os outros candidatos indígenas eleitos para a prefeitura foram:
- Egmar Curubinha (PT), da etnia tariana, em São Gabriel da Cachoeira (AM);
- Dr. Raposo (PP), da etnia macuxi, em Normandia (RR);
- Jair Xakriabá (Republicanos) em São João das Missões (MG);
- Anastácio Guedes (PT) em Manga (MG);
- Ninha (PSD), em Marcação (PB);
- Cacique Marcos (Republicanos), da etnia xucuru, em Pesqueira (PE);
- Tony de Campinhos (MDB), em Pariconha (AL);
- Elizinha (PSDB), em Carnaubeira (PE).
241 vereadores indígenas
Já para o cargo de vereador, foram eleitos 241 indígenas, aumento de 32% em relação às eleições de 2020. O número também ainda é pequeno se comparado à presença de pessoas não declaradas indígenas nas câmaras municipais e em relação ao número total de vagas para o legislativo, que é de 58.414 cadeiras.
De acordo com o TSE, indígenas foram o grupo étnico que mais registrou aumento proporcional.
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