Neste sábado (10), o presidente Lula se reuniu com lideranças indígenas Guarani-Kaiowá para discutir os ataques sofridos pelos povos originários no Mato Grosso do Sul.
O encontro em Brasília contou com a presença da ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência da República), Paulo Pimenta (Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul) e a presidente da Funai, Joênia Wapichana.
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Os Guarani-Kaiowá relatam ter sido vítimas de ataques em seus territórios tradicionais em Douradina e Caarapó, que aguardam decisão judicial sobre demarcação.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) informou que os ataques ocorreram em território delimitado pela Funai em 2011, e criticou a Lei do Marco Temporal por aumentar a insegurança sobre o tema.
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O MPI criou uma Sala de Situação para monitorar conflitos fundiários, com o objetivo de garantir os direitos dos povos indígenas e agir rapidamente em casos de violência.
A Sala de Situação facilita decisões rápidas e coordena ações entre ministérios e órgãos públicos para proteger as comunidades indígenas durante processos de retomada.
Além da pasta, outros ministérios, como Justiça, Desenvolvimento Agrário e Direitos Humanos, além da Polícia Federal, e outros, participam da articulação para resolver os conflitos.
Massacre contra os Guarani-Kaiowá
Os indígenas denunciam que desde o dia 14 de julho, quando estenderam a retomada de uma área de 150 hectares sobreposta à Terra Indígena, estão sendo cercados por jagunços armados.
Eles também afirmam que nos municípios de Douradina e Dourados, onde acontecem os ataques, há uma forte mobilização anti-indígena liderada, inclusive, por ao menos um pré-candidato bolsonarista às eleições municipais.
Esses grupos promovem tiroteios, terror psicológico, agressões físicas, derrubada de barracos montados pelos indígenas e violências variadas, como ameaças de agressões sexuais a meninas e mulheres indígenas.
A agromilícia tem um modus operandi contra os indígenas: caminhonetes cercam os indígenas, tratores espalham fogo e os fazendeiros atiram sobre os indígenas com armas de fogo e bala de borracha
Os Guarani-Kaiowá também denunciam a máquina de fake news distribuídas pela extrema direita acerca dos indígenas e seu processo de retomada do território. “Desde o cerco, o clima de guerra se instaurou através do uso das redes sociais de diversos atores, como por exemplo, @sargento_prates e @rodolfonogueirams, para propagação de mentiras e incitação ao ódio e violência contra os indígenas”, afirmam no documento.
Ainda segundo os indígenas, também circulam em grupos de WhatsApp de Douradina e Dourados discursos de ódio, notícias falsas, sensacionalismo, xingamentos e ofensas raciais contra as comunidades.