Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, se colocou como porta-voz das Forças Armadas ao comentar, em entrevista à GloboNews, a intenção do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), de firmar um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) sobre o escândalo das joias.
Indagado sobre a possível delação do militar, que é filho do general Mauro Lourena Cid, Múcio afirmou, na primeira pessoal do plural, que "nós, das Forças Armadas" estamos curiosos com o conteúdo que será revelado pelo tenente coronel.
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"Nós não sabemos o que tem na delação. Evidentemente que estamos curiosos, todos nós. Nós cá, das Forças Armadas, tendemos a estar mais curiosos que os outros porque precisamos ter um protagonismo nisso, nós não podemos ficar reféns dessas coisas", afirmou o ministro de Lula.
Múcio esteve ao lado de Lula e dos comandantes do Exército, o general Tomás Miguel Paiva; da Marinha, o almirante Marcos Sampaio Olsen; e da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno, durante o defile de 7 de Setembro horas antes na Esplanada dos Ministérios em Brasília.
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Em entrevista recente a Vera Magalhães e Carlos Andreazza no podcast 2+1, Múcio, em mais uma declaração inacreditável, afirmou que "graças aos militares nós não tivemos um golpe" após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula nas eleições de 2022.
"Graças aos militares nós não tivemos um golpe. Como é um golpe de Estado? As Forças vão na frente, o povo vem atrás apoiando. Aqui era muito fácil: o povo foi na frente. Os militares poderiam dizer que estavam acompanhando o que o povo queria. (...) Desde que o Lula assumiu você não vê a declaração de um militar da ativa agredindo a democracia nem o governo brasileiro. Todos estão cumprindo as suas responsabilidades", afirmou.
Múcio, no entanto, reconheceu a participação de militares nos atos golpistas de 8 de janeiro, que devem ser punidas individualmente.
"Nós vamos ter algumas pessoas indiciadas pela CMPI (dos Ataques Golpistas). A própria Justiça vai dizer quem são os outros nomes. E nós - vou falar como se fosse Forças Armadas - vamos tomar as nossas providências, porque nós precisamos nos libertar dessa suspeição. Eu quero sair do patamar de suspeito para o patamar de parceiro. Eu quero ajudar este governo. Fazer desse país um país mais fraterno", afirmou.