DALLAGNOL

VÍDEO – Dallagnol diz por que é contra aborto: “médico pediu que minha mãe me abortasse”

Rosa Weber votou a favor da descriminalização: “Fomos silenciadas! Não tivemos como participar ativamente da deliberação sobre questão que nos é particular”

Dallagnol.Créditos: Lula Marques/Agência Brasil
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O deputado federal cassado, Deltan Dallagnol, gravou um vídeo em que se diz contra o aborto, pois, se fosse a favor, seria contra sua própria vida.

Ele explicou que sua mãe contraiu toxoplasmose enquanto ela estava grávida dele. Por conta disto, o médico recomendou que ela abortasse.

“Ele disse que se eu nascesse, eu ia ser uma criança cheia de deficiências. Uma criança que ia ser cabeça d´água, com deficiência, surdo, mudo, cego e o médico recomendou que a minha mãe abortasse”, afirmou.

O ex-deputado disse ainda que “minha mãe e meu pai conversaram, oraram e decidiram me ter, independentemente de como eu fosse e, se não fosse isso, hoje eu não estaria aqui. Eu defender ser contra o aborto, é defender minha própria vida. É eu defender a minha história, é eu defender aquilo que acontece na minha vida”.

“Eu defendo a vida por uma questão cristão, por acreditar na vida. Deus dá a vida, Deus tira a vida. Deus dá o sopro da vida. Agora, tem uma questão de história pessoas, que fala muito forte da minha vida sobre isso.

O voto de Rosa Weber

Na iminência de sua aposentadoria, a ministra Rosa Weber, que preside o Supremo Tribunal Federal (STF), expressou seu voto a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação na madrugada desta sexta-feira (22). Seu voto foi o primeiro e até agora o único a ser contabilizado no julgamento, que teve início no ambiente virtual do plenário.

Durante seu voto, Rosa Weber destacou a importância histórica do julgamento sobre a legalização do aborto.

“Fomos silenciadas! Não tivemos como participar ativamente da deliberação sobre questão que nos é particular, que diz respeito ao fato comum da vida reprodutiva da mulher, mais que isso, que fala sobre o aspecto nuclear da conformação da sua autodeterminação, que é o projeto da maternidade e sua conciliação com todos as outras dimensões do projeto de vida digna”, afirmou a ministra.

“A criminalização do ato não se mostra como política estatal adequada para dirimir os problemas que envolvem o aborto, como apontam as estatísticas e corroboraram os aportes informacionais produzidos na audiência pública”, disse ela.