CASA CAIU

Deputados do PSOL cobram explicações de comandante da Marinha citado em delação de Mauro Cid

Almir Garnier Santos deve prestar esclarecimento à Câmara sobre a suspeita de adesão à tentativa de golpe

O almirante Almir Garnier SantosCréditos: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Nesta quinta-feira (21), os deputados federais do PSOL Fernanda Melchionna (RS) e Glauber Braga (RJ) protocolaram um requerimento de convite para que o ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, preste esclarecimento sobre a acusação de que teria apoiado um golpe de Estado planejado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O almirante agora deve comparecer à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional para dar as devidas explicações.

“Só a presença de um comandante das Forças Armadas em uma reunião onde seja debatida intervenção militar já é gravíssima, quanto mais se colocar à disposição para concretizá-la. Golpe de Estado é crime! O almirante precisa prestar esclarecimento ao povo brasileiro sobre essas denúncias e, se confirmadas, ser punido, assim como todos os que articularam a tentativa de golpe”, afirmou Fernanda Melchionna.

Glauber Braga disse que não é possível aceitar “passada de pano para peixe grande”. “Quem participou da trama golpista tem que ser responsabilizado”, concluiu.

Delação de Mauro Cid

O almirante Almir Garnier Santos foi citado na delação do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal (PF), cujo trecho foi revelado nesta quinta-feira.

Cid afirma que Bolsonaro participou de uma reunião com as Forças Armadas para angariar apoio dos militares para um golpe de Estado, depois de ser derrotado nas eleições presidenciais de 2022.

Na reunião teria sido apresentada uma “minuta do golpe”, que previa a prisão de adversários políticos. Segundo Mauro Cid, Garnier Santos teria se colocado prontamente à disposição de Bolsonaro, dizendo que “sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente”.

Almir Garnier Santos já havia se tornado conhecido por não comparecer à passagem de comando ao colega Marcos Sampaio Olsen, no início do governo Lula, em janeiro, o que foi considerado um vexame.