50 ANOS DO GOLPE NO CHILE

Militante brasileira que sofreu na ditadura Pinochet pode dar nome a rua de SP

Em meio aos 50 anos do Golpe Militar no Chile, Bancada Feminista do PSOL busca reparação histórica

Vera Silvia MagalhãesCréditos: Reprodução
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O mandato coletivo da Bancada Feminista do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo apresentou um projeto de lei que propõe mudar o nome de uma rua no bairro do Piqueri para “Vera Silvia Magalhães”, uma militante brasileira que estava exilada no Chile à época da ditadura comandada por Augusto Pinochet.

O PL surge em meio aos 50 anos do Golpe Militar no Chile, completados nesta segunda-feira (11). A ideia é trocar o nome da rua Embaixador Câmara Canto pelo nome de Vera. De acordo com a bancada, essa é uma “forma de homenagear brasileiros e chilenos que resistiram à ditadura no país sul-americano”.

Por que a troca?

O embaixador Antônio Cândido da Câmara Canto chefiou a representação do Brasil no Chile entre 1968 e 1975 e era defensor convicto da ditadura chilena, sendo chamado, em Santiago, de "o 5. ° Membro da Junta Militar". A Junta Militar comandava o governo e era encabeçada pelo ditador Augusto Pinochet.

Telegramas confidenciais produzidos pela Embaixada do Brasil em Santiago à época mostraram que Câmara Canto contribuiu para a Operação Condor, aplicada nas ditaduras da América Latina para coletar informações sobre seus opositores, utilizando-se de ações violentas. O embaixador teria sido responsável por organizar a vinda de oficiais chilenos ao Brasil para treinamento, o que veio a se ampliar para a Operação, segundo a Bancada Feminista do PSOL.

Já Vera Silvia Magalhães foi uma economista, socióloga e guerrilheira brasileira, militante da Dissidência Comunista da Guanabara e do MR-8. Ela foi uma dos milhares de brasileiros que se exilaram no Chile após perseguição da Ditadura Militar brasileira e pôde desfrutar de paz e liberdade até o golpe de 11 de setembro de 1973, quando passou a participar das movimentações de resistência à ditadura chilena.

Silvia Ferraro, covereadora da Bancada Feminista do PSOL, afirma que “é necessário, mais do que nunca, que prestemos homenagens às pessoas que sempre lutaram contra os regimes autoritários, e, joguemos na lata do lixo da história os ditadores e seus colaboradores.”