Em depoimento à Polícia Federal (PF), Walter Delgatti Netto, o hacker de Araraquara, afirmou que conseguiu acessar o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - onde inseriu um mandado de prisão fake contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) - com o login de um funcionário que trabalha de forma remota contratado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU) que presta serviço à instituição.
A revelação foi feita pelo perfil de Diego Feijó de Abreu no Twitter, que fez um fio levantando suspeitas sobre Elenilson Pedro Chiapara, o funcionário da ONU que teve o login usado pelo hacker de Araraquara - que será ouvida na próxima quinta-feira (10) pela CPMI dos Atos Golpistas.
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"Ele [Delgatti] informou que se utilizou de uma brecha do Github para conseguir chaves de acesso ao sistema do CNJ. E utilizou as credenciais de um adido da ONU e achei estranho e fui dar aquela minha olhada", tuita Abreu, iniciando uma thread.
Usando dados disponibilizados no inquérito, Abreu descobriu que Chiapara é sócio da empresa Homologação de Software e Consultorias LTDA, juntamente com José Rodrigues Rabelo Jacomo Junior, cujo pai "trabalhou como cargo técnico comissionado no Governo de Goiás e na cidade de Inhumas".
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"Aqui é possível ver o comentário do pai e de como ele se refere a Lula e comunistas", tuitou Abreu sobre um comentário do pai de Jacomo Junior sobre o presidente em 15 de julho de 2022.
"Quem se alia a ladrão, com certeza tem muito em comum com o nove dedos. Farinha do mesmo saco. Mato Grosso vai dizer a esse comunista nas urnas que é ordeiro patriota 22 - Bolsonaro", diz o comentário em uma rede social.
Abreu ainda identificou que Chiapara trabalhou até 2020 na Wave Brasil uma empresa israelense, e que em 2016 deu palestra “DevOps – A União do Desenvolvedor com a Operação. Mostrando então ser um usuário com qualificações para garantir a segurança de uma senha".
"Então uma pergunta que fica é Delgatti coincidentemente conseguiu credenciais de um adido da ONU que tem vasta experiência em segurança de informação e sociedade em empresa de homologação de T.I onde a família é bolsonarista e ligada a política por uma brecha no GITHUB?", indaga Abreu ao final da thread.
Veja a sequência de tuites.