Em depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (2), Walter Delgatti Neto - o hacker da Vaza-Jato que posteriormente foi trabalhar com a deputada Carla Zambelli (PL-SP) - afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu a ele uma invasão às urnas eletrônicas.
Bolsonaro questionou durante todo o seu mandato a validade das urnas eletrônicas, inclusive durante uma reunião com embaixadores, o que resultou na decisão do Tribunal Superior que declarou sua inelegibilidade.
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Segundo o hacker da Vaza-Jato, que à época trabalhava para Carla Zambelli, Bolsonaro teria pedido a Delgatti uma invasão às urnas eletrônicas.
"Encontrou o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do tribunal, e o declarante não poderia ir até lá", diz trecho do depoimento de Delgatti à PF publicado por Aguirre Talento no UOL.
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Relatório das FFAA
Além disso, Delgatti também afirmou que afirmou que ele foi o principal responsável pelo relatório do Exército sobre os resultados eleitorais, publicado em 10 de novembro de 2022. "Tudo que foi colocado no relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante", diz um trecho da declaração.
O hacker também teria recebido valores acima dos R$ 13 mil de assessores de Carla Zambelli para, supostamente, invadir o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos fraudados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, incluindo da prisão do ministro Alexandre de Moraes.
"Disse à deputada que conseguiria emitir um mandado de prisão em desfavor do próprio ministro, como se fosse ele mesmo emitindo. A deputada ficou 'empolgada', fez o texto e enviou para o declarante publicar'", diz o trecho do depoimento de Delgatti.