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Quando deu seu último depoimento à Polícia Federal na sexta-feira (18), Walter Delgatti Neto confirmou tudo o que havia denunciado um dia antes à CPMI dos Atos Golpistas e indicou pistas para que os federais possam encontrar provas do foi dito. Uma dessas pistas foi um áudio recebido de uma assessora da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), identificada como ‘Cris’ pelo hacker de Araraquara, que lhe prometia entrar em contato para acertar pagamentos e propostas.
“Oi, Walter. Só para te dar um alô e dizer que hoje a tarde eu te ligo pra gente trocar ideia sobre o pagamento e sobre essa tua proposta, tá? A gente está no corre da campanha, aqui na rua e tal, e acontece que não deu tempo de te ligar, tá bom? Mas à tarde pretendo fazer isso pra gente conversar um pouquinho mais, tá bom? (SIC)”, diz a voz feminina na gravação.
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O áudio foi obtido junto à PF com exclusividade pelo portal Metrópoles, que o divulgou nessa segunda-feira (21). É possível ouvir a gravação também no início desta matéria.
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No depoimento da última sexta-feira, Delgatti confirmou aos policiais federais o que havia dito à CPMI e ofereceu pistas de como os agentes podem comprovar o que ele diz, incluindo o áudio. À CPMI, afirmou que Bolsonaro lhe prometeu um indulto presidencial caso ele fosse preso durante a tentativa de sabotar as urnas eletrônicas. Além disso, o ex-presidente teria comentado que o ministro Alexandre de Moraes (STF) estava grampeado e pediu ao hacker que assumisse o grampo.
Sobre Carla Zambelli, Delgatti revelou à CPMI que a deputada lhe prometeu um emprego na campanha eleitoral de Bolsonaro se o trabalho de invadir as urnas e desacreditar o sistema eleitoral funcionasse. Nesse sentido, apontou aos investigadores um áudio recebido de uma assessora de Zambelli identificada como ‘Cris’, que comprova sua versão. A PF agora investiga a suposta assessora.
Zambelli também teria redigido o grotesco mandado de prisão contra Alexandre de Moraes, que terminava com um “faz o L”, que Delgatti inseriu no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após invadi-lo.
O hacker também afirmou que o marqueteiro Duda Lima lhe pediu um “código-fonte fake” das urnas eletrônicas durante a campanha eleitoral e que entrou pela porta dos fundos nas 5 idas ao Ministério da Defesa onde orientou servidores sobre como elaborariam o relatório sobre as urnas eletrônicas apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral.