Walter Delgatti Neto, o hacker de Araraquara, foi condenado nesta segunda-feira (21) a 20 anos de prisão e multa, pela 10ª Vara Federal de Brasília, por uma série de crimes investigados e revelados pela Operação Spoofing, da Polícia Federal.
A sentença foi assinada pelo juiz Ricardo Leite e, além de Delgatti, outras cinco pessoas também foram condenadas. Gustavo Elias dos Santos pega 12 anos e 9 meses de prisão, Thiago Eliezer Martins Santos pega 18 anos e 11 meses, Suelen Priscila de Oliveira 6 anos e Danilo Cristiano Marques cumprirá 10 anos e 5 meses. O sexto condenado, Luiz Henrique Molição, obteve perdão por conta de delação premiada negociada com a Justiça.
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A condenação de Delgatti aponta os crimes de organização criminosa, lavagem e ocultação de bens, direitos e valores, invasão de dispositivo informático, interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, e quebra de segredo de Justiça.
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Deflagrada em 2019, a Operação Spoofing investigou as invasões de celulares de membros da Operação Lava Jato, através do aplicativo do Telegram. A motivação inicial da investigação foi o vazamento de dados do então ministro da Justiça de Bolsonaro, o ex-juiz Sergio Moro. Os dados obtidos desdobraram na série jornalística Vaza Jato.
Quem é o juiz que condenou Delgatti
O juiz Ricardo Leite é apontado pelo PT e por interlocutores do presidente Lula como um magistrado antipático ao partido. A alegação dos petistas se baseia em alguns episódios.
Em janeiro de 2018 Leite determinou que o então ex-presidente Lula ficassem impedido de deixar o país, o que fez o petista ter de cancelar às pressas uma viagem à Etiópia. Na época Lula era investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) sobre o caso do triplex do Guarujá. O juiz justificou sua decisão com o argumento de que Lula, que estava prestes a ser condenado, poderia deixar o país.
Meses depois, com o advento da Vaza Jato que revelou as condições nas quais Lula foi condenado, os processos foram anulados, o presidente solto e, readquiridos seus direitos políticos no final de 2019, concorreu e venceu as eleições de 2022.
Meses antes da decisão de Leita citada anteriormente, em maio de 2017, o mesmo magistrado suspendeu as atividades do Instituto Lula, argumentando que a sede poderia ser utilizada para a “prática de crimes”. No entanto, anos antes, em 2015, procuradores do MPF pediram que Leite fosse afastado dos processos da Operação Zelotes por haver negado uma série de pedidos de prisão da investigação.