O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, declarou nesta quarta-feira, 16 de agosto, que o apagão, que deixou mais de 20 estados sem luz nesta terça-feira, 15 de agosto, foi motivado por um "erro técnico, falha técnica", e que o governo Lula está empenhado em descobrir o que aconteceu.
Além disso, o ministro Rui Costa afirmou que o Brasil possui "excesso de energia" atualmente e, por causa disso, não pode ser comparado com outros episódios de queda de energia no país.
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"Não há razão para este apagão. No Brasil, já vivemos alguns apagões em períodos em que tínhamos crise na geração de energia, ou seja, os reservatórios de água estavam baixos. Havia mais demanda do que oferta, o que levava ao colapso no sistema", disse Rui Costa.
Em seguida, Rui Costa afirmou que o Brasil possui "excesso de energia. Os reservatórios estão todos cheios, temos um parque eólico e solar gerando muita energia. Portanto, não há problema nem de oferta nem de demanda".
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"Foi um erro técnico, uma falha técnica. Precisamos identificar o que aconteceu, e espero que o mais rápido possível possamos informar à sociedade", concluiu Rui Costa em entrevista ao programa "Bom dia Ministro", exibido na estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Ministro de Minas e Energia insinua sabotagem em apagão nacional
Para o ministro, é muito difícil haver a convergência de dois eventos que pudessem levar à queda de tantos sistemas elétricos de forma simultânea. Na coletiva, reforçou suas suspeitas ao lembrar dos ataques bolsonaristas contra torres de transmissão no começo do ano e criticou a privatização da Eletrobras.
“O que aconteceu hoje, é importante dizer, é extremamente raro. O ocorrido hoje absolutamente nada tem a ver com o planejamento do sistema e a geração de energia,” declarou.
O evento identificado como um dos causadores do apagão ocorreu no Ceará, por conta de uma sobrecarga que colapsou a rede estadual de transmissão elétrica. No entanto, o ministro aponta que apenas essa ocorrência não poderia derrubar a energia de 26 unidades federativas, mas não soube informar o que mais teria acontecido para contribuir com a queda.
“Não tem outro evento apontado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Mas a robustez do sistema leva a presumir que tivemos outro evento [ainda não identificado] que causou um apagão dessa magnitude,” explicou o ministro.
Contra a privatização da Eletrobras, o ministro lembrou a importância de um setor estratégico, como o elétrico, estar nas mãos do Estado a fim de evitar ocorrências como as presentes. Também fez uma avaliação negativa sobre o pedido de demissão de Wilson Ferreira Júnior do cargo de presidente da empresa.
“Um setor estratégico para a segurança alimentar, segurança energética, como o sistema elétrico de um país, na minha visão não deveria ser privatizado, deveria ter uma função estatal (…) A privatização fez mal para o Brasil,” concluiu.