O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-SP) recebeu em dinheiro vivo os recursos provenientes da venda de joias que lhe foram presenteadas, afirma a Polícia Federal (PF) em um trecho de documento que serviu como base para a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
"Os valores provenientes dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e incorporados ao patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem a utilização do sistema bancário formal, com o intuito de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores", revela parte da investigação citada por Alexandre de Moraes.
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Pai de Mauro Cid é alvo de operação da PF
A Polícia Federal (PF) cumpre quatro mandados de busca e apreensão em Brasília, Niteróis e São Paulo na manhã desta sexta-feira (11) na Operação Lucas 12:2, um desdobramento das investigações em torno do inquérito que envolve o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República, o tenente-coronel Mauro Cid.
O pai de Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi amigo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), é um dos alvos da operação. Segundo as investigações ele teria tentado vender as joias recebidas pelo ex-presidente em viagens oficiais durante viagem aos EUA.
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Outro alvo da operação é Osmar Crivelatti, também militar, que foi subordinado a Mauro Cid na Ajudância de Ordens da Presidência.
De acordo com a investigação, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
Segundo a PF, a operação tem o objetivo de esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais” em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal.
O nome da operação é uma alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido".