O general do Exército, Mauro Cesar Lorena Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), alvo da operação da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (11), disse textualmente que era preciso passar dinheiro vivo ao ex-presidente da República.
As informações foram colhidas com agentes da PF pelo jornalista da GloboNews, Valdo Cruz, na operação que mira suposta tentativa, capitaneada por militares ligados a Bolsonaro, de vender ilegalmente presentes dados ao governo por delegações estrangeiras.
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Camelô de luxo
De acordo com investigadores da PF, o pai de Mauro Cid é chamado por eles de “camelô de luxo”. Ele era o responsável por negociar as joias e os demais bens nos Estados Unidos, segundo investigações da PF. Lorena recebia os valores em sua conta bancária.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no inquérito que investiga as ações de uma suposta milícia digital que atua contra a democracia.
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A PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão em Brasília, Niterói e São Paulo na manhã desta sexta-feira (11) na Operação Lucas 12:2, um desdobramento das investigações em torno do inquérito que envolve o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República, o tenente-coronel Mauro Cid.
Entenda o caso
O pai de Cid, que foi amigo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), é um dos alvos da operação. Segundo as investigações ele teria tentado vender as joias recebidas pelo ex-presidente em viagens oficiais durante viagem aos EUA.
Outro alvo da operação é Osmar Crivelatti, também militar, que foi subordinado a Mauro Cid na Ajudância de Ordens da Presidência.
De acordo com a investigação, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, é um dos alvos da operação Lucas 12:2, (leia mais abaixo) desencadeada nesta sexta-feira (11) pela PF que tem o objetivo de esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Wasseff teria, segundo a PF, um papel central na organização criminosa que vendia joias recebidas por Bolsonaro durante visitas oficiais a países árabes nos EUA.
As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais” em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal.
O nome da operação é uma alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido “.