MAURO CID

Reflexo de pai de Mauro Cid aparece ao fotografar caixa de esculturas de Bolsonaro desviadas

O general fez a foto da caixa para obter avaliação em lojas especializadas; ele é alvo de operação da PF que investiga crimes de peculato e lavagem de dinheiro

Mauro Cid.Créditos: Lula Marques/Agência Brasil
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O rosto do general da reserva Mauro César Lourena Cid, pai do tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi identificado por investigadores da Polícia Federal (PF) no reflexo da fotografia usada para negociar, nos Estados Unidos (EUA), esculturas recebidas como presente oficial.

O general fotografou a caixa com os presentes para obter avaliação em lojas especializadas. Seu rosto, no entanto, apareceu no reflexo da caixa, de acordo com inquérito da PF. A imagem foi um dos elementos anexados à operação desta sexta-feira (11), que faz buscas em endereços ligados a Cid pai, Cid filho e a outros assessores e aliados de Bolsonaro.

Veja a foto abaixo:

A PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão em Brasília, Niterói e São Paulo na manhã desta sexta-feira (11) na Operação Lucas 12:2, um desdobramento das investigações em torno do inquérito que envolve o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República, o tenente-coronel Mauro Cid.

Entenda o caso

O pai de Cid, que foi amigo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), é um dos alvos da operação. Segundo as investigações ele teria tentado vender as joias recebidas pelo ex-presidente em viagens oficiais durante viagem aos EUA. 

O inquérito revela que Mauro Barbosa Cid, e seu pai levaram os objetos a lojas especializadas, com o objetivo de avaliar e tentar vender os itens.

Para realizar esse processo, eles teriam contado com a colaboração de mais dois assessores de Bolsonaro: Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara. Além deles, o esquema teria contado também com a participação do advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef. Ele teria, segundo a investigação, um papel central na organização criminosa que vendia joias recebidas por Bolsonaro durante visitas oficiais a países árabes nos EUA. 

Patrimônio pessoal

De acordo com a investigação, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

A investigação da PF também indica que os recursos provenientes dessas vendas potenciais seriam incorporados ao patrimônio do então presidente Jair Bolsonaro. Contudo, as vendas não se concretizaram devido ao "baixo valor patrimonial" das esculturas, conforme indicado no relatório.

"Como se vê, as investigações apontam que as esculturas foram evadidas do Brasil para os Estados Unidos da América, em uma mala transportada no avião presidencial, no dia 30/12/2022", diz trecho do inquérito. 

Conforme apontado pelos investigadores, pelo menos 2 conjuntos de joias e esculturas foram transportados no avião presidencial juntamente com Bolsonaro. No entanto, o documento não esclarece se o então presidente tinha conhecimento desses itens:

  • Um conjunto contendo duas esculturas representando um barco e uma palmeira, que foram recebidas em novembro de 2021 durante a viagem de Bolsonaro ao Bahrein;
  • Um dos conjuntos de joias da marca Chopard, presente oficial oferecido pela Arábia Saudita a Bolsonaro. Esse conjunto era composto por uma caneta, anel, abotoadura, rosário árabe e um relógio.