JUSTIÇA

Caso Cancellier: Dino vai apurar possíveis abusos em operação que levou reitor da UFSC ao suicídio

A decisão do Ministro da Justiça foi divulgada após o Tribunal de Contas da União afirmar que não houve superfaturamento em programa da instituição

Caso Cancellier: Dino vai apurar possíveis abusos em operação que levou reitor da UFSC ao suicídio.Créditos: Tom Costa/MJSP
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O ministro da Justiça, Flávio Dino, revelou neste sábado (8) que, após o Tribunal de Contas da União (TCU) concluir que não houve irregularidade no programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), vai mandar apurar possíveis abusos e irregularidades na Operação Ouvidos Moucos, que levou o então reitor da instituição de ensino, Luiz Carlos Cancellier, à prisão. Dezessete dias depois, Cancellier cometeu suicídio.

"Com base na decisão do TCU sobre as alegações contra o saudoso reitor Luiz Carlos Cancellier, da UFSC, na próxima semana irei adotar as providências cabíveis diante de possíveis abusos e irregularidades na conduta de agentes públicos federais", afirmou Flávio Dino.

Quem também comentou a decisão do TCU foi a presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-SC). "Preso, acorrentado, algemado e humilhado por uma operação nos moldes da Lava Jato, o reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, foi inocentado pelo TCU. Não houve irregularidades na universidade, Cancellier sempre foi inocente", disse.

Gleisi Hoffmann também desejou conforto à família de Cancellier. "O reitor, que se suicidou, teve sua prisão decretada pela delegada da PF, Erika Marena, endeusada no filme da Lava Jato, e foi alvo da juíza Janaina Cassol, que teve sua suspeição apontada pelo STF. Esse é mais um exemplo do mal que a turma lavajatista fez ao país, que a justiça feita dê algum conforto à família de Cancellier", concluiu.

O caso

Inspirada nos modus operandi da operação Lava Jato, Luiz Carlos Cancellier teve sua prisão decretada pela delegada da Polícia Federal, Erika Mialik Marena.

A prisão do ex-reitor e de outros trabalhadores da UFSC durou 36 horas. Após serem liberados, eles foram proibidos de retornar à universidade.

Dezoito dias depois de sua prisão, especificamente em 2 de outubro de 2017, Luiz Carlos Cancellier se jogou do último andar de um shopping em Florianópolis.

No bolso da calça de Cancellier foi encontrado um bilhete onde ele escreveu que sua morte tinha sido decretada quando o afastaram da UFSC.