O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, durante discurso na cerimônia de divulgação do "Relatório de Recomendações para o Enfrentamento ao Discurso de Ódio e ao Extremismo no Brasil", criticou, sem citar nominalmente, as recentes declarações do pastor André Valadão, que incitou seus fiéis a matarem pessoas LGBT+ e fundamentalistas que usam a fé para propagar o ódio.
Para o ministro do governo Lula, a atuação de Valadão e de outros propagadores do ódio é "criminosa" e deve "prestar contas à Justiça brasileira". Além disso, Almeida afirmou que, na contemporaneidade, "o ódio é uma mercadoria".
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"O ódio é uma mercadoria, no sentido mais específico do termo, tal como aprendemos desde o século XIX. O ódio, portanto, tornou-se fonte de lucro para empresas, inclusive aquelas que administram as chamadas redes sociais. Mas, além disso, o ódio tornou-se fonte de popularidade e uma forma de existência para pessoas sem escrúpulos, pois sabemos que o ódio gera engajamento, o que é fundamental para o que chamamos de economia da atenção", disse Almeida.
Posteriormente, Silvio Almeida direcionou sua crítica aos mercadores da fé e mandou um recado: "Sabemos também que o ódio é fundamental para os mercadores da fé, para os fariseus, que manipulam a fé das pessoas de cima dos púlpitos, servindo apenas para destilar seu ódio. Essas pessoas não estão acima da lei, não estão acima da Constituição e, em um Estado laico no qual as pessoas têm todo o direito de expressar sua religião, mas também têm o direito de não ter religião, certamente prestarão contas à Justiça brasileira. Não tenham dúvidas disso", alertou.
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Além disso, Silvio Almeida também afirmou que "o anonimato das redes não pode ser escudo para a impunidade, tampouco a imunidade parlamentar. Um falso sentimento ou uma falsa proposição de religiosidade também não é escudo para quem pratica crimes. É assim que essas pessoas devem ser tratadas".
"Quem censura é o ódio, o radicalismo, o preconceito, a discriminação, o racismo. Não existe liberdade sem o exercício da responsabilidade. Portanto, ser livre também significa arcar com as consequências dos próprios atos. É saber que nossas ações, quando afetam a vida de alguém, terão consequências", concluiu o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
Confira abaixo o pronunciamento de Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos: