O pastor bolsonarista André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, que havia pregado o assassinato de pessoas LGBTQIA+ durante culto evangélico realizado em Orlando (EUA) no último domingo (2) e transmitido para brasileiros através das redes sociais, divulgou um vídeo nesta segunda-feira (3) em que afirma que não fez tal pregação.
Na celebração religiosa, Valadão falou explicitamente sobre a suposta vontade de Deus de "matar" as pessoas LGBTQIA+ e que agora essa atitude deveria ser tomada pelos fiéis.
"Essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal [a homossexualidade] aquilo que a Bíblia já condena. Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: 'não, pode parar, reseta'. Aí Deus fala, 'não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês'. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você", havia disparado, aos berros, o pastor.
A declaração homofóbica gerou revolta e ensejou, inclusive, um representação do senador Fabiano Contarato (PT-ES) no Ministério Público Federal (MPF) solicitando investigação criminal contra Valadão, que pode, inclusive, levá-lo à prisão.
Diante da repercussão e sob o risco de ser preso, André Valadão decidiu recuar. No vídeo em que tenta explicar a pregação com discurso de ódio e incitação á violência, o pastor adota um tom completamente distinto ao observado no culto em questão: ele aparece calmo, falando com a voz a baixa e dizendo que sua fala não foi sobre "matar pessoas".
Segundo André Valadão, a imprensa estaria "distorcendo" sua pregação e tentado censurá-lo. “Nunca será sobre matar pessoas, Deus nos livre deste terrível pecado, violência ou discriminação, mas sobre a liberdade de viver o que crê. A série #censuranao é sobre isso, e a cada dia que passa vemos leis, mídias, educação e um sistema mundial tentando acuar a verdade da fé que um cristão genuíno carrega”, escreveu na legenda do vídeo em questão.
Veja a pregação em que André Valadão incita o assassinato de pessoas LGBTQIA+