DITADURA

Major Curió: Governo Lula publica direito de resposta por homenagem a assassino feita por Bolsonaro

Em encontro com torturador confesso da Guerrilha do Araguaia, Bolsonaro tratou Curió como "herói do Brasil". ""É com satisfação que fazemos esta reparação histórica", informou Secom de Lula.

Bolsonaro e o major Sebastião Curió, que praticou homicídios na Ditadura.Créditos: Presidência da República
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As redes sociais da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República do governo Lula publicarão às 14h42 desta segunda-feira (12) um direito de resposta concedido pela Justiça por uma publicação feita em 5 de maio de 2020, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma homenagem ao tenente-coronel reformado do Exército, Sebastião Curió Rodrigues de Moura - conhecido como Major Curió - torturador e assassino confesso da Ditadura Militar, que morreu em 17 de agosto de 2022.

"É com satisfação que fazemos esta reparação histórica", informou a Secom do governo Lula, comandada por Paulo Pimenta, em nota à imprensa.

"Além de desinformar sobre eventos históricos de amplo conhecimento e tratar como honroso o momento mais repulsivo da história recente do país, a postagem que motivou ação judicial, realizada na gestão de Jair Bolsonaro, tratava como “herói do Brasil” o homem que ordenou a prisão, tortura e execução de cidadãos brasileiros que defendiam a democracia durante o regime militar, em especial os que atuaram na guerrilha do Araguaia, na região de Tocantins, Pará e Maranhão. Não é herói. Nada justifica a tortura, a mais covarde das violências", emenda a nota.

A publicação cumpre decisão da terceira turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região de 2021, que chegou a ser suspensa pelo ministro Humberto Martins. O processo foi movido por familiares de vítimas do Major Curió, como Maria Amélia de Almeida Teles, que pediam direito de resposta por conta das publicações que exaltavam o militar.

A publicação da Secom foi feita após o presidente Jair Bolsonaro receber o Major Curió no Palácio do Planalto.

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para unir e reconstruir o país. Entre as diversas realizações de seu governo está a retomada da Comissão de Anistia que, após quatro anos atuando em contrário ao seu propósito original, retomou, em 30 de março, seu propósito original, que é promover reparação às vítimas das injustiças praticadas pelo Estado brasileiro. Atuar por memória, verdade, justiça e reparação. O direito de resposta publicado neste dia 12 simboliza, também, direito ao futuro. O Brasil voltou e isso é só o começo", diz a nota da Secom enviada nesta segunda.